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    Restaurante que inventou o tiramisù fechará as portas; saiba onde comer o doce em SP

    MAGÊ FLORES
    DE SÃO PAULO

    12/03/2014 02h00

    É noite em Buenos Aires e o restaurante da família Belvedere está fechado. Ainda assim, Antonio (Héctor Alterio) vai até lá visitar o filho Rafael (Ricardo Darín) com um "regalito" a tiracolo.

    Adriano Vizoni/Folhapress
    Tiramisú do Fasano, eleito por dois especialistas como o melhor de SP
    Tiramisú do Fasano, eleito por dois especialistas como o melhor de SP

    Aqui temos tiramisù, papai, diz ao olhar o presente. "Não, o que você tem aí é um doce de mendicrim [queijo cremoso] e borra de café. Intragável. Isso é mascarpone", responde o descendente de italianos, no filme argentino "O Filho da Noiva" (2001).

    A receita do italianíssimo tiramisù, criado na década de 1970, permanece intacta no Alle Beccherie, restaurante onde nasceu, em Treviso, no norte da Itália.

    Nela, intercala-se camadas de biscoitos ou de pão de ló embebidos em café com creme de mascarpone, gemas e açúcar. Para finalizar, cacau em pó.

    Adriano Vizoni/Folhapress
    Tiramisù do restaurante Attimo
    Tiramisù do restaurante Attimo

    Pois depois de 75 anos nessa mesma cidade, a 40 quilômetros de Veneza, a casa da família Campeol anuncia que no dia 30 deste mês servirá o doce pela última vez –abatido pela crise econômica, fechará as portas.

    Passados mais de 40 anos, o tiramisù ganhou versões com vinho marsala ou rum, ganache e frutas vermelhas.

    O mascarpone, no entanto, é intocável. A receita depende desse laticínio, semelhante a uma coalhada, de origem italiana, preparado com a adição de ácido cítrico ao creme de leite, que depois tem seu soro separado. O resultado é um creme macio e delicado, muito versátil, que pode aceitar diferentes combinações.

    "Um bom tiramisù deve ter mascarpone, boa proporção entre creme e biscoito e deve ser fresco", diz o chef italiano Sauro Scarabotta, do restaurante Friccò (SP). "O café da receita deve ser bom e forte e é essencial por seu aspecto revigorante", completa, fazendo menção à tradução de "tirami su", em português, "levante-me".

    A Folha ouviu comilões e especialistas para reunir cinco bons lugares em São Paulo para provar um "tiramisù de respeito".

    *

    FASANO
    COMO É Os biscoitos são feitos na casa e embebidos em café expresso e vinho marsala
    QUEM INDICA O crítico da Folha Josimar Melo e a colunista da Folha Alexandra Forbes
    QUANTO R$ 42
    ONDE r. Vitório Fasano, 88, Cerqueira César; tel. (11) 3062-4000

    ATTIMO
    COMO É Com pão de ló molhado em café expresso e licor Frangelico (de avelãs) e creme de mascarpone aerado
    QUEM INDICA O engenheiro e gourmet Fábio Moon
    QUANTO R$ 31
    ONDE r. Diogo Jácome, 341, Vila Nova Conceição; tel. (11) 5054-9999

    FRICCÒ
    COMO É Feito com pão de ló embebido em café e vinho marsala, leva mascarpone, raspas de chocolate e um pouco de pó de café
    QUEM INDICA O chef Hamilton de Mello, da Mello & Mellão Trattoria
    QUANTO R$ 14
    ONDE r. Cubatão, 837, Vila Mariana; tel. (11) 5084-0480

    OSTERIA DEL PETTIROSSO
    COMO É Tem ganache de chocolate no fundo, biscoito molhado com café e rum e mascarpone feito na casa, com creme de leite talhado
    QUEM INDICA O chef italiano Sauro Scarabotta, do Friccò
    QUANTO R$ 19
    ONDE al. Lorena, 2155, Jardim Paulista; tel. (11) 3062-5338

    CASA SANTO ANTÔNIO
    COMO É O biscoito champanhe feito na casa é molhado com café e rum e coberto por um leve creme de mascarpone
    QUEM INDICA O chef italiano Salvatore Loi, consultor da Forneria San Paolo (ex-Fasano)
    QUANTO R$ 20
    ONDE av. João Carlos da Silva Borges, 764, Granja Julieta; tel. (11) 4328-6205

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