Angelo Mariano Luisi, 94, proprietário da Capuano, aponta uma barra metálica, que ressoa ao ser golpeada por sua bengala. Era assim, conta, que o fundador da cantina, Francisco Capuano, fazia desde 1907 para declarar o fim do jantar –e espantar os clientes.
Na época, ainda na rua Major Diogo, o calabrês Capuano servia cardápio a preço fixo com antepasto, fusili ao sugo, arroz com camarão, cabrito à caçadora e salada. O salão era "sem luxos e com canos aparentes", conta Elisabetta Luisi, filha do atual proprietário.
Capuano vendeu seu restaurante ao conterrâneo Luisi em 1963 para voltar à Itália. A cozinha ficou a cargo de Ângela, a "patroa", mas o fusili ao sugo nunca deixou de ser o carro-chefe.
Trata-se de uma massa artesanal tubular, que tem o formato de fuzil, tradicional do sul da Itália (diferente do fusilli no formato de parafuso, mais difundido).
Poucos anos depois, a cantina mudou-se para a rua Conselheiro Carrão. Ali, aos poucos, as paredes começaram a receber objetos que lembram a Itália e o antigo Palestra (hoje Palmeiras).
Entre eles, o documento que atesta a participação de Luisi na 2ª Guerra Mundial, quando foi preso. Só conseguiu sobreviver, conta ele, graças aos instrumentos que aprendeu a tocar.
São os mesmos que, vez ou outra, ainda utiliza para se apresentar no salão da cantina: bandolim e clarinete, o seu preferido.
CAPUANO
INAUGURAÇÃO 1907
NO MENU fusili ao sugo (R$ 64,50, para dois), massa longa e tubular no formato de fuzil
ONDE r. Conselheiro Carrão, 416, Bela Vista, São Paulo, tel. (11) 3288-1460