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    Chefs relembram os acidentes de cozinha que marcaram suas trajetórias

    BEL FREIRE
    DE SÃO PAULO

    26/05/2014 08h00

    Fogo, facas afiadas, fôrmas pelando e objetos pontiagudos. São muitos os perigos que um chef enfrenta no dia a dia da cozinha. Descubra, a seguir, os acidentes que marcaram a memória e, muitas vezes, o corpo desses chefs.

    Letícia Moreira/Folhapress
    A chef Renata Vanzetto, dos restaurante Marakuthai e Ema, encarou um maçarico em chamas
    A chef Renata Vanzetto, dos restaurante Marakuthai e Ema, encarou um maçarico em chamas

    Renata Vanzetto, do Marakuthai e do Ema
    "Segurava um maçarico na cozinha do Marakuthai em Ilhabela, quando o fogo disparou. Me queimei e tive a reação de jogá-lo no chão, fazendo com que explodisse. A cozinha era 100% aberta e o maçarico rolou até o salão, o que fez os clientes gritarem e saírem correndo. Finalmente, uma amiga muito corajosa pegou o extintor de incêndio e apagou o fogo.

    Em outro momento, eu corria na cozinha com um pote de açúcar gigante e levei o maior tombo. Caí sentada no chão, com o recipiente aberto, e o açúcar voou todo na minha cabeça. Os cozinheiros tiveram ataques de risos e ficamos 5 minutos gargalhando, sem soltar um prato".

    Carlos Bertolazzi/Divulgação
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    Carlos Bertolazzi, chef e apresentador do Homens Gourmet (Fox Life), tomou um 'banho' de espinafre

    Carlos Bertolazzi, do Carbone, Zena Caffè e Per Paolo
    "Tive um acidente divertido na gravação do programa Homens Gourmet. Estava fazendo um creme de espinafre e, como ele não girava no liquidificador, tentei ajudar com uma colher de madeira. Quando ela tocou o fundo do utensílio, voou creme pra todo lado.

    O problema é que sujou a minha camisa e, para dar continuidade ao programa, ela precisaria estar limpa. Eficientes, as figurinistas lavaram e secaram a peça e, em 20 minutos, já estava gravando novamente".

    Divulgação
    Alain-Poletto
    O chef Alain Poletto, que hoje comanda o restaurante Bistrot de Paris, cortou a mão ao filetar um salmão

    Alain Poletto, do Bistrot de Paris
    "Eu estava dando aula na França e precisava do filé de um salmão inteiro. Na hora de cortar, a faca deslizou mais rápido do que o desejado e fez um corte de 5 cm na minha mão esquerda. Como não podia abandonar os participantes, só apertei o corte.

    Fui ao hospital três horas depois e, chegando lá, embora o ferimento parecesse fechado, bastou o médico pressionar um pouco para reabrir tudo. Os pontos aparecem até hoje".

    Niels Andreas/Folhapress
    Renata-Cruz-Niels-AndreasFolhapress
    A chef Renata Cruz, à frente do bufê Amici, teve que tomar antibióticos depois de queimar o braço

    Renata Cruz, do bufê Amici
    "Estávamos fazendo um casamento no Rio de Janeiro, em uma cozinha com a qual não estou acostumada. Quando abri o forno para soltar os canapés, a ponta da porta pegou no meu braço. Foi só um arranhão, mas devido à temperatura, arrancou um pedaço da pele. Na hora não fiz nada, porque tinha que alimentar 400 pessoas, então fiquei até o fim do serviço.

    O machucado inflamou, tive febre alta e meu médico receitou um antibiótico e um anti-inflamatórios super fortes. Esse tipo de coisa acontece mesmo. Queimadura e corte são parte da profissão".

    Divulgação
    Leandro-Polack
    Leandro Polack, chef do La Cucina Piemontese, tem mais cuidado com a fritadeira depois de queimadura

    Leandro Polack, do La Cucina Piemontese
    "Peguei a fritadeira para limpar e a tomada enroscou. O óleo estourou e, como ainda estava muito quente, escorreu por toda a minha mão esquerda. Consegui devolvê-la e correr para colocar a mão em um balde. Na hora achei que não fosse nada, mas a minha mão ficou vermelha e muito quente.

    Acabei no hospital, onde descobri que a queimadura era de segundo e de terceiro graus. No dia, quem assumiu a cozinha foi meu antigo subchef e, desde então, a fritadeira passou a ser a última na hora limpeza, manuseada somente quando o óleo já está frio".

    Charles Naseh/Divulgação
    chef Vittorio Manzoli_crédito Charles Naseh
    O chef Vittorio Manzoli, do Famiglia Manzoli, em Ilhabela, já cortou o dedo em um fatiador de frios

    Vittorio Manzoli, do Famiglia Manzoli
    "Quando era chef de cozinha na Sardenha, no Porto Cervo, cortei o dedo. Literalmente tirei a ponta do dedão no cortador de frios. Com 250 pessoas reservadas para o jantar, não havia a menor condição de abandonar o restaurante ou delegar a tarefa a alguém. Embrulhei o dedo com gaze, apertando com um pedaço de tecido para estancar o sangue, e trabalhei até 1h da manhã. Só depois do jantar consegui ir ao hospital, onde levei 5 pontos".

    Divulgação
    Antipasti_Juliana Petrone_Divulgação08
    Juliana Petrone, chef da Boutique Antipasti, queimou o antebraço para salvar uma fornada de pães

    Juliana Petrone, da Antipasti
    "Na véspera da inauguração da Antipasti, tínhamos que produzir um número exato de pães, doces e dos nossos outros produtos. Na última fornada de Focaccia, quando eu ainda tinha que colocar todos os outros pães no forno, quis "salvar" uma assadeira que ia se desequilibrar e a peguei no ar, como se fosse uma bandeja, com o antebraço.

    Como a cozinha é muito quente e, principalmente na panificação, trabalhamos de camiseta de manga curta, saiu toda a pele na hora. Passei muita pomada e enfaixei, porque o serviço não podia parar. Hoje só tenho uma cicatriz gigante".

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