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    Família Fasano vende restaurantes a sócio para equacionar dívida

    JULIO WIZIACK
    DE SÃO PAULO

    25/06/2014 02h00

    A venda dos restaurantes da família Fasano para o sócio JHSF –construtora dona do shopping Cidade Jardim e de outros empreendimentos imobiliários de alto padrão– foi a saída para equacionar a dívida dos estabelecimentos número um da gastronomia italiana do país e, ao mesmo tempo, diversificar os negócios do grupo.

    Fasano e seus irmãos deixam de ser donos dos restaurantes, mas continuam com participação de 35% na Hotel Marco Internacional, empresa hoje controlada pela JHSF e que adquiriu 13 restaurantes por R$ 53 milhões.

    Eduardo Kanpp - 8.out.2013/Folhapress
    Ambiente do restaurante Fasano, o principal do grupo, no hotel homônimo em São Paulo
    Ambiente do restaurante Fasano, o principal do grupo, no hotel homônimo em São Paulo

    Apesar de não ser mais dono, Rogerio Fasano continuará à frente dos restaurantes como diretor operacional e com poder de decisão sobre os rumos da rede, incluindo sua ampliação.

    Com a venda, ele se livra de pesados juros bancários e deve acelerar o plano de expansão da marca, que está no forno há anos.

    Diversos fornecedores dos restaurantes já apresentaram propostas. "Uma ideia é ter muita coisa de cozinha com o selo Fasano", disse Paulo Antunes, presidente da Hotel Marco Internacional.

    "Vamos explorar comercialmente uma marca que tem um valor enorme", disse Antunes. "Por que não aproveitar a experiência e o renome do nosso sommelier para, por exemplo, selecionar uma vinícola cuja produção chegará aos empórios com a marca Fasano?", diz.

    Antunes não revela os projetos, mas afirma que eles já estão saindo do papel.

    ANTECEDENTES

    Há sete anos, Rogerio Fasano esteve à beira da falência com o lançamento do hotel em São Paulo e desfez a parceria com João Paulo Diniz.

    Diniz apresentou a ele, então, a JHSF. A incorporadora passou a ter 65% da Hotel Marco Internacional –empresa dos Fasano que geria apenas os hotéis da rede. Rogerio Fasano e seus irmãos ficaram com 35% do negócio. Paralelamente, a JHSF passou a assessorá-los na gestão financeira dos restaurantes.

    A FOLHA apurou que, nos últimos três anos, Fasano queria ampliar a marca, mas as dívidas dos restaurantes, cujos valores não foram revelados, e a falta de faturamento médio congelaram o plano.

    A venda desses estabelecimentos para a empresa em que a família também é sócia foi a solução. Tendo à frente uma empresa do porte da JHSF, Fasano passa a ter mais condições de renegociar juros com os bancos e acesso a novos financiamentos.

    Também fez parte do acordo a ampliação do direito de uso da marca Fasano pela Hotel Marco Internacional em qualquer área de atividade.

    A reportagem tentou falar com Rogerio Fasano, mas não obteve retorno até a conclusão desta edição.

    *

    O QUE FOI PARA A MESA

    Grupo Fasano vendeu restaurantes para o sócio JHSF

    13
    Número de estabelecimentos envolvidos na negociação

    R$ 53 MILHÕES
    Valor da transação, descontando o endividamento, que não foi revelado

    R$ 9,6 MILHÕES
    Lucro médio dos restaurantes do grupo antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização em 2013

    35%
    Será a participação dos Fasano na empresa da JHSF, que já controlava os hotéis e agora é dona dos restaurantes

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