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    Cresce demanda em oficinas de 'food truck'; saiba como eles são feitos

    MAGÊ FLORES
    DE SÃO PAULO

    23/07/2014 02h00

    Em uma oficina da zona norte de São Paulo, nove pequenos caminhões estão passando por uma transformação. Os veículos estão sendo reformados para integrar, em breve, a frota de "food trucks" da cidade –que vendem de pizza assada em forno a lenha a espetinhos.

    A procura por quem monta os caminhões está aquecida desde que começaram as discussões sobre a venda de comida de rua em São Paulo, em 2013. Levada à Câmara, a lei foi aprovada em dezembro; em maio, o prefeito Fernando Haddad assinou o decreto que a regulamentou.

    Celso Oliveira, dono da oficina Bumerangue, adapta carros para comércio de comida há 27 anos. Segundo ele, desde que a lei foi aprovada, sua demanda cresceu 150%. "Respondo por dia a oito consultas. Em média, duas viram projetos." Para ele, o preço é o que faz muita gente mudar de ideia. Um "food truck", diz, pode custar de R$ 40 mil a R$ 250 mil.

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    "Quando começamos o projeto do Buzina [há um ano], quase ninguém montava 'trucks'. Hoje, quem não fazia está fazendo", conta o chef Márcio Silva, do Buzina –montado em uma Sprinter com cozinha equipada para vender de hambúrguer a confit de pato, ele custou R$ 220 mil. Já um trailer como o do Los Mendozitos (que tecnicamente não é um caminhão, por não ter motor e precisar de reboque), equipado com adega para vinhos, custa cerca de R$ 40 mil.

    FALTA CONHECIMENTO

    Esses veículos, que ocupam feirinhas gastronômicas e até calçadas de lojas, despertam o desejo de simples cozinheiros a donos de restaurantes querendo expandir o negócio. "Mas nem todos sabem exatamente o que querem", diz Alcides Braga, da oficina Truckvan, que já recebeu 44 pedidos neste ano.

    Fernando Mincarone, da oficina Ice Box, criou um passo a passo para os clientes que não sabem por onde começar. "As pessoas não têm noção do quão complexo é o projeto. Se você pensar bem, o 'food truck' é praticamente uma casa." Além da compra do veículo e da montagem da cozinha, há encanamento, caixa d'água, sistema elétrico, abastecimento de gás, revestimento e acabamento –tudo em espaço reduzido.

    Há dois anos fazendo esses veículos, Luiz Lombardi, do Tota Implementos Rodoviários, tem na clientela principalmente chefs. "Quem não é do meio se baseia no preço. Quem sabe quanto custa uma cozinha industrial aceita mais o orçamento."

    Só a cozinha, montada com equipamentos de restaurante, pode custar até R$ 60 mil. Já os "trucks" de sua oficina –que recebe desde fevereiro, em média, duas consultas diárias– saem entre R$ 170 mil e R$ 210 mil.

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