• Comida

    Thursday, 02-May-2024 00:16:50 -03

    Fábrica varia massa de acordo com o caldo do lamen

    MAGÊ FLORES
    DE SÃO PAULO

    06/08/2014 02h00

    Farinha de trigo, água, kansui (carbonatos de potássio e de sódio), sal e mel.

    São esses os ingredientes que compõem a receita de massa de lamen da MN, fábrica de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, que fornece o produto fresco para restaurantes e mercados orientais na capital paulista.

    Em uma máquina trazida do Japão –e controlada por apenas um funcionário–, a massa entra quase como pó, é prensada, passa por um rolo e descansa uma hora antes de ser cortada e embalada.

    "Procuramos matéria-prima semelhante à do Japão. Foi difícil encontrar uma boa farinha. Ela precisa ter trigo bem duro para que a massa do lamen fique al dente", conta Joel Kashiwaba, gerente da empresa.

    A textura e o formato do macarrão são diferentes para cada cliente. "Depende do caldo da casa. Se a sopa for rala e escorregar da massa, os fios devem ser mais finos e ondulados. No caso de um caldo com missô, por exemplo, o macarrão pode ser mais espesso porque a sopa é mais densa", completa.

    A fábrica existe há cinco anos e foi criada pelo japonês Norihito Matsuda, 77, um aficionado por lamen. "Já visitei mais de 50 casas de lamen no Japão. É o meu prato favorito, e eu queria que as pessoas conhecessem", conta.

    Há três anos, Matsuda abriu a MN Lamen, casa especializada na receita, na mesma cidade.

    *

    LAMEN NÃO É MIOJO

    O miojo é a massa do lamen frita no final do processo. A fritura é usada para conservar o macarrão, mas prejudica a textura do produto.

    *

    MASSA CHINESA FOI ABSORVIDA POR JAPONESES

    A massa usada no lamen foi levada ao Japão pelos chineses e absorvida pela gastronomia do país. Segundo o livro "Slurp! A Social and Culinary History of Ramen" (história social e culinária do lamen), de Barak Kushner, só no século 19 apareceram as primeiras casas vendendo massas em "estilo chinês". "A receita chinesa era diferente: com caldo menos suave, massa mais grossa e legumes por cima", diz o professor Hélio Takeda, da Universidade Anhembi Morumbi.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024