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    Terra Madre faz balanço do Slow Food em Turim, na Itália

    GINA MARQUES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE TURIM

    29/10/2014 02h00

    Em 1996, a primeira bienal do Salone del Gusto, em Turim, no norte da Itália, era uma grande feira de alimentos que se limitava a operadores do setor que apreciavam a qualidade da comida e o respeito pelo ambiente.

    Desde então, o evento cresceu e se uniu ao Terra Madre –projeto do Slow Food que reúne pequenos produtores ao redor do mundo.

    A 10ª edição, que acabou nesta segunda-feira (27), serviu para fazer um balanço da evolução do movimento Slow Food, fundado em 1989 e que hoje envolve milhões de pessoas espalhadas por 150 países na defesa do alimento bom, limpo e justo.

    Divulgação
    O italiano Carlo Petrini discursa na abertura do evento
    O italiano Carlo Petrini discursa na abertura do evento

    "Hoje, o que mais me impressiona neste evento é a participação dos jovens. Eles se questionam sobre o próprio futuro. Os garotos discutem sobre comida assim como eu, na idade deles, discutia de rock, que era a liberação. Espero que depois de Woodstock possa nascer o Foodstock'" disse à Folha Carlo Petrini, italiano fundador do Slow Food.

    No centro de exposições Lingotto de Turim, com 70.000 metros quadrados, estavam mais de mil expositores vindos de 130 países. No salão Oval ao lado, o Terra Madre reunia cerca de 3.000 pequenos produtores do mundo inteiro –muitos com trajes folclóricos. Os camponeses e pescadores trouxeram produtos de suas regiões, entre comidas, bebidas e artesanato, para degustação e venda.

    Muitos dos produtos apresentados fazem parte da Arca do Gosto, outro projeto do Slow Food –dedicado a catalogar alimentos ameaçados de extinção, mas que ainda têm potencial produtivo e comercial, como o mel de abelhas indígenas sem ferrão, chamado de Jandaíra, que estava exposto no evento.

    "Promovemos a produção de alimentos de qualidade que seja socialmente equitativa e inclusiva, baseada no principio da agroecologia.", disse o produtor Francisco Melo, da associação dos jovens agroecologistas do território do Mato Grande, no Rio Grande do Norte.

    Inspirado na ONU, que declarou este o Ano Internacional da Agricultura Familiar, o evento também pôs em evidência o tema, com destaque a um projeto de construção de 10 mil hortas na África, continente com os maiores índices de fome e má nutrição.

    Nesta edição, o Slow Food promoveu ainda a Escola de Cozinha, com chefs que propunham educação alimentar enquanto cozinhavam e degustavam produtos.

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