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    Soylent tem gosto de quê? 'Alimento do futuro' virou hit nos Estados Unidos

    FLÁVIA G PINHO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    30/01/2015 02h00

    Tudo começou em 2012, quando o engenheiro elétrico Rob Rhinehart passava dias fechado em um apartamento em São Francisco, com dois sócios, tentando desenvolver um software.

    O trio vivia com recursos limitados (US$ 175 mil investidos pela incubadora Y Combinator), o dinheiro estava acabando e nada de o projeto dar certo. Interromper o trabalho para comer, e ainda gastar preciosos tostões, tornou-se um fardo.

    A solução inventada por Rhinehart –uma fórmula que reúne os nutrientes fundamentais para a sobrevivência, como proteínas, carboidratos e lipídios– fez tanto sucesso que ele desistiu do software para lançá-la no mercado.

    Três anos depois, o negócio acaba de receber aporte de US$ 20 milhões do fundo de investimento Andreessen Horowitz para incrementar a produção e o sistema de entregas, que não deram conta de tanta demanda.

    O inventor não revela qual o tamanho da produção nem para quem vende, mas o site cita entre o público-alvo um DJ que não sai do estúdio, um casal fazendo trekking e uma mulher que vai do escritório direto para a academia –todos jovens.

    O nome foi inspirado no filme "Soylent Green "" No Mundo de 2020", de 1973. Na trama futurista, o planeta sofre com a carência de alimentos e a população vive da bolacha soylent green, produzida secretamente com carne humana.

    Dirigida por Richard Fleischer, a película, por sua vez, é baseada no livro de ficção científica "Make Room! Make Room!", de 1966, onde surgiu o nome soylent pela primeira vez –lá, ele é uma carne feita de soja (soy) e lentilha (lentil).

    O Soylent de Rhinehart tem fórmula conhecida, mas ainda assim divide opiniões.

    Para degustá-lo, a Folha reuniu o crítico Josimar Melo e os chefs Ana Luiza Trajano (Brasil a Gosto) e Alberto Landgraf (Epice), nada simpáticos à invenção.

    Mas há quem veja a ideia com entusiasmo. Um dos fundadores do Instituto Atá e ex-dono de restaurante, o publicitário Rafael Mantesso, 31, acha que há mercado para o Soylent mesmo entre quem, como ele, ama comer.

    "Me fechei em casa por quatro meses, para me dedicar a um projeto, e tenho vivido de delivery. Não tenho paciência para cozinhar para mim. Acho genial a ideia de apelar para algo assim em momentos específicos."

    O KIT

    Inclui sachês com o pó e garrafinhas com óleos de canola e algas.

    Misturados a água, resultam em 2 litros (2.000 calorias): 500 ml no café, 500 ml no almoço, 500 ml no jantar e dois lanches de 250 ml.

    O pacote para sete dias sai por U$ 85 (R$ 220); ainda não entrega no Brasil.

    A jarra (U$ 20; R$ 52) é comprada à parte (soylent.me )

    *

    DEPOIMENTO: Voltar a mastigar após dois dias foi um grande alívio

    Veja vídeo

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