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Viver à base de Soylent não é fácil, mas também não chega a ser difícil. Só é chato.

O sabor, embora não seja ruim, lembra shakes com cheiro de baunilha e enjoa rápido. Beber o mesmo creminho bege e meio doce no café da manhã, no almoço e no jantar por três dias e meio é deprimente. Quando você começa a se acostumar, surge a vontade de mastigar.

No final do segundo dia, com fome e sem paciência para esperar minha "janta" gelar (ao natural o negócio é menos tolerável), eu não resisti e comi um daqueles pasteizinhos de vento vendidos na feira. Foi só um, mas estar mastigando de novo me deu um alívio surpreendente.

Fora isso, meu organismo não mudou. Sem enjoo, diarreia, moleza ou ganho de disposição –para o corpo, comida e Soylent são o mesmo.

Talvez a única vantagem esteja na economia de tempo. Em vez de gastar a minha hora de almoço num restaurante, pude ir para casa e "comer" jogando videogame.

Por melhor que seja o jogo, ou pior a receita, porém, não vale trocar berinjela à parmigiana por meia hora de Playstation. Comer é mais do que uma simples perda de tempo.