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    CRÍTICA

    Casa na Pompeia serve cozinha caipira calorosa a bons preços

    LUIZA FECAROTTA
    CRÍTICA DA FOLHA

    07/10/2015 03h00 Erramos: o texto foi alterado

    Luiza Fecarotta/Folhapress
    Bolinhos de galinha, farinha de milho e queijo da Canastra, do restaurante Arimbá
    Bolinhos de galinha, farinha de milho e queijo da Canastra, do restaurante Arimbá

    Entrar no Arimbá, na Pompeia, é mais do que estar em um novo restaurante. Ali surge um passeio simples e saboroso pelas raízes da cozinha paulista, que remonta à história dos tropeiros e dos bandeirantes, cujo receituário permaneceu mais bem conservado em Minas Gerais.

    O próprio ambiente amadeirado, despretensioso, com fogão a lenha, estimula o imaginário, como se estivéssemos a ler os escritos de Antonio Candido sobre a vida caipira. Aqueles que perpassam o café fervido na garapa, o alimento conservado na banha de porco, a presença inequívoca do feijão, que "vai bem com todas as misturas".

    No Arimbá, é a chef capixaba Angelita Gonzaga, afeita a essa culinária desde os tempos em que esteve à frente do Garimpos do Interior, que nos acolhe com uma cozinha calorosa, farta e a bons preços. São geralmente porções para dividir, servidas em panelas de ferro.

    Cachaças ou as várias versões de limonada (tão interiorano isso, né?) podem escoltar petiscos que celebram o milho, como os pastéis de angu (massa de lamber os beiços, mas deveras oleosa; R$ 31,50) e os bolinhos de farinha, galinha e queijo da Canastra (crocantes, mas congelados no miolo; R$ 29,50).

    Na sequência, pratos para compartilhar. Eis o ensopado de feijão-manteiga com costela bovina a desmanchar (R$ 42,50), a bisteca, com ovos de gema mole (R$ 39,90), e a chuleta bovina –seca e insossa (R$ 42,50).

    Para acompanhar, vão bem o arroz carreteiro, úmido, enriquecido com charque e rodelas de banana-da-terra tostadas (R$ 39,50), e o guandu tropeiro, com feijão-guandu (que se assemelha a ervilha), bacon, linguiça, couve, ovos e farinha de milho pilada.

    E, bem, ainda que a comida não seja irreparável, o projeto de recuperar (e comemorar) essa cozinha quase esquecida merece os louros.

    Arimbá
    QUANDO: TER. A SEX., DAS 16H ÀS 23H; SÁB. E DOM., DAS 12H ÀS 18H
    ONDE: R. MIN. FERREIRA ALVES, 464-B, POMPEIA; TEL. (11) 3477-7063

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