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    crítica

    Técnica eleva receitas clássicas no Valero, restaurante no Jockey Club

    LUIZA FECAROTTA
    CRÍTICA DA FOLHA

    25/11/2015 02h00

    Gladstone Campos/Divulgação
    Ambiente do restaurante Valero, no Jockey Gladstone Campos. Foto: Divulgação ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Salão, no Jockey Club, com ar nostálgico e piso dos anos 1970

    Vamos à cena que embala a refeição -às vezes vale a pena se deter aos detalhes.

    O salão do novo Valero, no Jockey, tem ar nostálgico e uma elegância de antigamente. Pé-direito alto, cadeiras estofadas, piso de madeira maciça, louças Vista Alegre, pratarias restauradas.

    É nesse cenário que o francês Pascal Valero (ex-Le Coq Hardy e Kaá) mostra seu talento. No cardápio de acento francês, com interferências da Itália, surgem pratos que o acompanham ao longo da estrada, de execução precisa.

    Serve de exemplo a coxa de pato feita na gordura da ave (R$ 75), com pele crocante e interior úmido, pujante.

    Gladstone Campos/Divulgação
    Coxa de Pato Confit, do chef Pascal Valero Gladstone Campos. Foto: Divulgação ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Coxa de pato com batata sautée, do chef Pascal Valero

    Valero é capaz de valorizar, com simplicidade, o sabor dos cogumelos-de-paris que acompanham a pescada-amarela (R$ 64). Eles aparecem em finas fatias e em um purê, que preserva pequenos pedaços, combinado com um creme delicado, feito à base da água do cozimento do próprio cogumelo, o que acentua o sabor do ingrediente.

    Também se sai bem sua versão do espaguete à carbonara (R$ 46), sob um ovo pochê -ao ser rompido, a gema escorre e se infiltra na massa. Ressalva para a doçura que ronda o prato, quiçá vinda da cebola caramelizada que o chef acrescentou à receita.

    As entradas mereciam mais vigor. O ceviche (R$ 34) com maçã-verde, por exemplo, é mais uma marinada. Falta "punch" no preparo, que dispensa caldo de peixe e mantém o coentro e a pimenta quase ocultos. É suave e bem-feito, mas, vendido como ceviche, fica devendo.

    O steak tartare (R$ 33 o pequeno) também carece de potência. Tem tempero brando, no qual pouco aparecem mostarda, tabasco e molho inglês.

    Sobremesas contribuem para um final feliz. Além de clássicos como mil-folhas, há uma musse de chocolate levemente amargo, com cobertura, sobre base crocante e pasta de avelã (R$ 22).

    Pontos baixos: carta de vinhos com poucas opções em taça e serviço despreparado. Garçons repetem a torto e a direito que os pratos são ótimos-e-isso-e-aquilo e não há constrangimento em descrevê-los como bem entendem, em nada conectados à realidade. Caso da geleia de mirtilo servida com paleta de cordeiro que vira "de damasco" e da marinada do ceviche, apresentada como um "molho de cogumelos".

    Aos fins de semana, a casa, com vista para a pista verdejante, serve brunch a R$ 98.

    Valero
    QUANDO: SEG. A SEX., DAS 12H ÀS 16H; SÁB. E DOM., DAS 12H ÀS 17H
    ONDE: VILLA JOCKEY (AV. LINEU DE PAULA MACHADO, 1.263, CIDADE JARDIM; TEL. 11/3031-7979)

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