• Comida

    Thursday, 02-May-2024 03:46:41 -03

    Em busca de produto 'premium' local, Ilhéus inaugura escola de chocolate

    DE SÃO PAULO

    22/12/2015 03h00

    Ana Paula Boni/Folhapress
    Cacau da Fazenda Leolinda, de João Tavares, no sul da Bahia
    Cacau da Fazenda Leolinda, de João Tavares, no sul da Bahia

    A cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, é tradicionalmente associada à produção de cacau –relação documentada até na literatura, por nomes como Jorge Amado. De um ou dois anos para cá, tem lutado para ser reconhecida também como produtora do outro extremo do processamento do fruto: o chocolate.

    O mais recente passo nesse sentido foi dado no início deste mês, com a inauguração da Escola Chocolate da Floresta. O projeto é uma iniciativa do Instituto Cabruca, voltado para a conservação do sistema de produção homônimo –pelo qual se faz buracos na mata para plantar o cacau– e para programas de combate à pobreza baseados nessa cultura.

    A escola terá como objetivo estimular, por meio de experimentação e pesquisa, a elaboração de novas receitas, a exploração de ingredientes e o desenvolvimento de equipamentos para o processamento do fruto.

    Ana Paula Boni/Folhapress
    Funcionários abrem o cacau na fazenda de João Tavares, na Bahia
    Funcionários abrem o cacau na fazenda de João Tavares, na Bahia

    O local nasce com um curso de pós-graduação de negócios em cacau e chocolate, em nível de especialização, dado em parceria com a Faculdade de Ilhéus –com mensalidades de R$ 510, as aulas devem começar em fevereiro do ano que vem.

    As aulas vão abordar toda a cadeia de produção de chocolate –do beneficiamento e o processamento das amêndoas de cacau às tecnologias de feitura do doce, passando por temas como gestão e empreendedorismo.

    "Nós temos matéria-prima e ingredientes para que Ilhéus e o sul da Bahia se tornem referência mundial em cacau e chocolate", afirma Durval Libânio, diretor do Instituto Cabruca.

    Em conjunto com os cursos da escola, o instituto lançou a Armazém Chão de Cacau, marca que será responsável pela experimentação de receitas. A primeira delas é um chocolate que homenageia o centenário do escritor Adonias Filho, nascido em Pirangi (um antigo distrito de Ilhéus, hoje o município de Itajuípe).

    A primeira edição do doce (R$ 13 a barra de 80 gramas) leva 70% de cacau, com amêndoas do produtor local João Tavares, da fazenda Leolinda. Um dos principais incentivadores do cultivo de cacau fino na região, Tavares (que não processa o cacau, apenas o revende) já foi premiado duas vezes no tradicional Salão do Chocolate de Paris e nomeia, desde 2012, um chocolate da brasileira Harald.

    A Escola Chocolate da Floresta também vai oferecer cursos menores de chocolateria. A longo prazo, a ideia do projeto é ajudar a transformar a região de Ilhéus de mera produtora de cacau em polo reconhecido de fabricação de chocolate local –movimento que tem eco nas discussões da Câmara Setorial do Cacau do Ministério da Agricultura.

    Divulgação
    Fabricação de chocolate em Ilhéus (BA)
    Fabricação de chocolate em Ilhéus (BA)

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024