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    Bom público, chorinho e 'costelões' marcam início do festival Fartura

    MAGÊ FLORES
    DE SÃO PAULO
    IARA BIDERMAN
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    25/06/2016 14h58 - Atualizado às 16h56

    Chamada Especial Fartura

    Antes do meio-dia, horário de abertura da primeira edição paulistana do festival Fartura, o público já aumentava em frente à bilheteria do evento montado no Jockey Club de São Paulo.

    Enquanto entravam os primeiros visitantes, as panelas já estavam a todo vapor. Os chefs chegaram cedo e, às 9h, já estavam cozinhando em suas barraquinhas.

    Quem veio de longe, de João Pessoa, por exemplo, fez todo o preparo ali mesmo, em duas bocas de fogão.

    Onildo Rocha, do Roccia Cozinha Contemporânea, preparou o típico arroz vermelho paraibano em um panelão e aos poucos foi acrescentando feijão verde, carne de sol e queijo de coalho para o seu baião de dois, servido com um ácido picles de maxixe (R$ 25).

    Apenas começou a hora do almoço e havia fila para experimentar o pê-efe da chef Ariani Malouf (Mahalo), de Cuiabá. Às 14h, essa era a maior fila. "Deve ser bom mesmo", dizia alguém que passava. Pois no prato, costela bovina que solta do osso é acompanhada de arroz cremoso com queijo de coalho, ovo, banana e farofa (R$ 25).

    Segundo a chef, até as 16h30 já haviam sido vendidas 400 porções do prato. Ariani afirmou que teria que encerrar as atividades da sua cozinha, já que os ingredientes são trazidos diretamente do Mato Grosso, e ela precisaria economizar para servir mais pratos no segundo dia do evento.

    Os chefs são orientados pela organização do Fartura a produzirem 500 porções de seus pratos para os dois dias do festival.

    Nas mesas, disputadas, não raro se veem tacinhas de vinho de um lado e folheto com a programação do outro, enquanto os comensais discutem qual será a próxima receita. O vinho harmoniza com o vento fresco que percorre o Jockey Club, e baixa as temperaturas mesmo com o solzinho presente.

    Em outra ponta, apesar de marcada para 16h, a Cozinha ao Vivo de Antônio Costaguta (El Topador), de Porto Alegre, começou mais cedo. Costaguta montou um fogo de chão com quatro costelões bovinos e um cordeiro inteiro às 8h30. A carne, cheirosa e dourada, chama a atenção de todo o mundo que passa. "Estou tomando pitos porque ela não está pronta", brinca o gaúcho. As 80 porções serão servidas no horário marcado, com farinha de mandioca e molhos a R$ 25.

    "Isso é carne de boi?", perguntou o pequeno Pedro Henrique Malta, de 5 anos, ao pai Alberto Malta, ao ver os costelões. O pai responde que sim, apesar de ser "um churrasco diferente do nosso, com a carne em pedaços maiores e madeira para o fogo".

    SHOWS

    A programação cultural que acompanha o evento, e que terá entre os destaques as apresentações de Anelis Assumpção (que recebe Elza Soares) e Curumim, além de atrações para crianças –caso das companhias Pia Fraus e Sobrevento, começou pontualmente às 13h, no palco principal.

    Isaías e seus Chorões tocaram por mais de uma hora clássicos do chorinho. As mesas em frente ao palco, no início ainda vazias, foram lotando durante o show.

    Boa parte do público veio mesmo para comer, mas alguns, como a aposentada Virgínia Lobo Ferreira, 68, disse que veio tanto por causa do chorinho quanto dos comes e bebes.

    "Adoro chorinho e adoro comer. Mas não cozinho nada, sou péssima", diz Virgínia, que tinha provado o prato feito da Mahalo Cozinha Criativa, de Cuiabá: costela bovina, arroz com queijo coalho, milho, farofa, banana e ovo frito. "Pensei: ah, mas é arroz com ovo?' Comi e adorei!"

    O show terminou por volta das 14h, quando ainda havia fila nas bilheterias, mas a espera era pequena, não mais do que dez minutos.

    A programação do Fartura pode ser vista no site do festival –no qual também há um link para a compra de ingressos.

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