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    Vestibular da Unicamp terá redação com 20% de peso na nota final

    LUCAS SAMPAIO
    DE CAMPINAS

    11/08/2014 12h12

    As mudanças no vestibular de 2015 da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) vão fazer com que a redação tenha, em média, o dobro de importância na nota final do vestibulando.

    A partir do próximo vestibular, a redação passará da primeira para a segunda fase, e sua participação na nota final subirá para 20% –atualmente, varia de 9,5% a 13,5% da nota, dependendo do curso escolhido.

    O crescente número de inscritos é a explicação para mudança –foram quase 70 mil na primeira fase do último exame, e a projeção é de até 80 mil nesta edição.

    O temor era que a qualidade da correção dos textos fosse prejudicada com o aumento do número de textos a serem analisados pela banca. Para a segunda fase, passam cerca de 15 mil inscritos.

    "A correção da redação implica uma logística muito grande e um número de corretores enorme", diz Edmundo Capelas de Oliveira, coordenador executivo do vestibular. "Temos de selecionar os melhores corretores, e eles têm de trabalhar um pouco menos."

    A mudança vai fazer com que as questões de inglês passem da segunda fase, discursiva, para a primeira, de múltipla escolha. Sem a redação, o número de questões de múltipla escolha vão aumentar de 48 para 90.

    Na nota final, a primeira fase (somada ao Enem) responderá por 30%, a redação, por 20%, e a segunda fase (questões discursivas), por 50%. "A ida da redação para a segunda fase vai beneficiar o estudante preparado", diz Capelas.

    O coordenador do Anglo Tamandaré Campinas, Marcelo Pavani, aprovou as mudanças. Segundo ele, o fato de a redação passar para a segunda etapa do vestibular aumenta a qualidade da correção e faz com que a primeira fase fique mais parecida com os vestibulares da USP e da Unesp, com 90 questões de múltipla escolha.

    "Antes, o candidato tinha de dirigir o tempo de prova da primeira fase de uma forma diferente, por causa da redação. Agora, as provas são parecidas –e a preparação, mais homogênea", diz Pavani.

    "O aumento do peso da redação, por sua vez, favorece o candidato bem preparado. A Unicamp exige um candidato com capacidade de leitura e que saiba articular argumentos", afirma o coordenador do curso pré-vestibular. "Você não vai ver a disparidade na correção dos textos da Unicamp, por exemplo, que vê nas redações do Enem."

    Ele cita também um componente financeiro. "Tem uma questão do fundo, que é o do custo. Corrigir 280 mil textos é muito mais caro do que corrigir 60 mil."

    INSCRIÇÃO E PROVAS

    As inscrições foram abertas nesta segunda-feira (11), no site www.comvest.unicamp.br, e vão até as 20h do dia 11 de setembro. Segundo balanço oficial da Unicamp, cerca de 350 inscrições já haviam sido feitas ate as 10h30 de hoje.

    São oferecidas 3.320 vagas em 70 cursos. A primeira fase será realizada em 23 de novembro e a segunda, nos dias 11, 12 e 13 de janeiro de 2015. As provas de habilidades específicas ocorrerão entre 19 e 22 de janeiro, à exceção do curso de música (que serão feitas entre 25 e 29 de setembro).

    A primeira fase, de conhecimentos gerais, terá 90 questões de múltipla escolha de língua portuguesa e literaturas, matemática, história, geografia, biologia, física, química e inglês, incluindo questões interdisciplinares (que envolvem duas áreas, como matemática e geografia, por exemplo, na mesma pergunta). Caso o estudante queira utilizar a nota do Enem na primeira fase, ela terá 20% de peso e, as questões de conhecimentos gerais, 80%.

    Na segunda fase, os candidatos terão de responder a questões discursivas de língua portuguesa e literatura –além da redação– no primeiro dia (11 de janeiro), de matemática, história e geografia no segundo (12) e de física, química e biologia no terceiro (13).

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