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    Análise: Método esbarra em entraves e é pouco acessível na rede pública

    CLÁUDIA COLLUCCI
    DE SÃO PAULO

    08/01/2014 02h56

    Na última década, houve um grande avanço nas embolizações, especialmente com o desenvolvimento de microcateteres que passaram a permitir cirurgias minimamente invasivas em regiões como o cérebro e a próstata.

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    A técnica é utilizada hoje no tratamento de vários tipos de tumores, como o de fígado, e em situações de emergência que exigem o estancamento de hemorragias, como divertículos e traumas.

    Se antes um acidentado chegava ao hospital com hemorragia no baço e tinha o órgão retirado, hoje é possível preservá-lo usando a embolização. Os planos de saúde cobrem o tratamento para várias indicações médicas.

    Mas há muitos entraves para tornar o procedimento mais abrangente, como a desconfiança de muitos médicos em relação à eficácia e à efetividade a longo prazo.

    Há também a própria limitação do procedimento, que serve para alguns casos, mas não para outros.

    No SUS, o problema é o acesso. A embolização só está disponível em hospitais-escolas, mesmo assim para uma minoria de casos.

    É ainda um tratamento caro, feito por meio de equipamento que custa R$ 1 milhão, em média. Isso sem contar as microesferas ou molinhas (no caso de aneurismas) usadas em cada procedimento.

    A questão é que o conceito de economia da saúde é ainda pouco usado pelos gestores do sistema público.

    A longo prazo, as cirurgias minimamente invasivas acabam compensando o investimento inicial com a nova tecnologia porque vão evitar internações, anestesias e maior risco de complicações.

    Muitas mulheres pobres ainda têm o útero retirado por causa dos miomas, que hoje poderiam ser tratados com embolização ou outras técnicas menos invasivas. E correm mais riscos de infecções e morte. Será que dados como esse entram na conta matemática dos gestores?

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