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    Mistura de luta e treinamento funcional ganha força nas academias

    MONIQUE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    01/04/2014 02h58

    Depois da invasão das lutas nas academias, embalada pelo sucesso das competições de MMA (artes marciais mistas) na TV, a modalidade vive uma nova fase, na qual é combinada com movimentos de outros esportes.

    A união que mais ganha força é a do treinamento funcional –outro sucesso entre os alunos– com o MMA. Quem aderiu à nova "luta funcional" quer perder peso e tonificar os músculos, mas não abre mão das lutas.

    Danilo Verpa/Folhapress
    A estudante de direito Stella Mares Fujita, 23, faz aula de funcional thai em São Paulo
    A estudante de direito Stella Mares Fujita, 23, faz aula de funcional thai em São Paulo

    A mistura do treinamento funcional com a luta, segundo seus adeptos, deixa a aula mais completa. No primeiro, o praticante faz exercícios aeróbicos, de força e de flexibilidade. O treino se baseia em movimentos "naturais" e inclui agachamentos, pulos, corridas e acessórios como bola e elásticos.

    Já no MMA, há a mistura de várias artes marciais e a atividade é quase sempre feita em dupla, simulando um embate.

    A luta funcional trabalha todos os grupos musculares, promove maior gasto calórico e condicionamento físico. E, em geral, evita o contato físico com outros alunos.

    Em São Paulo, a academia Pretorian lançou recentemente o funcional thai, que adaptou os movimentos do muay thai, arte marcial tailandesa com golpes ousados.

    Luciana Whitaker/Folhapress
    Bernardo Santos Pedra, 16, pratica boxe funcional no Rio
    Bernardo Santos Pedra, 16, pratica boxe funcional no Rio

    Nas aulas, chutes, socos e joelhadas da luta dividem espaço com movimentos de locomoção. A frequência cardíaca é mantida elevada e o gasto calórico pode chegar a mil calorias em uma aula de 60 minutos. Elásticos e bola também se misturam a sacos de pancada.

    "O aluno tem uma aula dinâmica com enfoque no condicionamento e na perda de peso", diz Ery Silva, tricampeão brasileiro de muay thai e criador da aula.

    A estudante de direito Stella Mares Fujita, 23, trocou a tradicional aula de muay thai pela sua versão funcional. "Com a luta e a dieta, perdi 6 kg em dois meses", diz. "A muay thai é mais centrada no golpe, enquanto a nova aula é mais dinâmica."

    No Rio, a rede de academias Team Nogueira, fundada por Antônio Rodrigo Nogueira, o Minotauro, e seu irmão Antônio Rogério Nogueira, o Minotouro, ambos lutadores de MMA, começou a apostar no boxe funcional.

    Nessa nova versão do esporte, agachamentos, abdominais e exercícios com bola medicinal, que pode chegar a 10 kg, completam a prática de golpes. Os socos dificilmente são dirigidos contra um colega de turma.

    O estudante Bernard Pedra, 16, chegou a perder 30 kg em 10 meses com boxe funcional, musculação e dieta equilibrada. Antes, praticava jiu-jitsu. Ele conta que escolheu o boxe funcional para se motivar e emagrecer.

    SÓ PARA MULHERES

    A academia dos irmãos lutadores também passou a oferecer a aula "ladies camp". Pneus, barras e sacos de boxe são alguns dos suportes no treino de circuito para mulheres que mistura exercícios localizados e aeróbicos com golpes de MMA, muay thai, boxe e outras lutas.

    "É um jeito de trazer motivação, treino de força e velocidade", diz Warner Hammerle, coordenador da Team Nogueira na zona oeste do Rio.

    Depois de praticar musculação, a advogada Daiane Brandão, 28, optou pelo "ladies camp". "Engordei muito e estava cansada da rotina de aparelhos da academia", diz. Junto com a dieta, Daiane perdeu 12 kg com a prática em três meses.

    Luciana Whitaker/Folhapress
    Daiane Brandão, 28, em circuito da aula "ladies camp"
    Daiane Brandão, 28, em circuito da aula "ladies camp"

    Outro lutador de MMA que se aventurou pelas aulas de lutas em academias é José Aldo. Ele se aliou a Orlando Folhes, seu preparador físico, para levar seu treinamento a outras pessoas.

    O AldoFit simula um ciclo do treino do atleta. A prática possui oito etapas que incluem coordenação e condicionamento aeróbico, força, equilíbrio, exercícios de potência, flexibilidade e atividades recreativas com luta.

    Ao fim de um ciclo, o praticante pode recomeçar as fases. "Também é possível permanecer em uma, dependendo do objetivo", diz Folhes.

    De acordo com especialistas, lutas não competitivas oferecem menor risco de lesões, desde que feitas moderadamente.

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