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    Droga em testes retarda avanço do câncer de mama

    DO "NEW YORK TIMES"

    07/04/2014 16h48

    Pesquisadores anunciaram que um novo tipo de droga ajudou a retardar o agravamento de cânceres de mama, podendo tornar-se uma importante opção de tratamento para as mulheres.

    Em testes clínicos, a droga, desenvolvida pela Pfizer, dobrou o tempo em que pacientes vivem sem o avanço da enfermidade. O tempo médio antes do progresso da doença foi de 20,2 meses para os que receberam a droga, em comparação com 10,2 meses no grupo de controle.

    "O tamanho do benefício observado não é algo comum em estudos de câncer", disse Richard S. Finn, oncologista da Universidade da Califórnia em Los Angeles e líder da pesquisa.

    A droga, conhecida como palbociclib, também pareceu prolongar a sobrevivência dos pacientes, ainda que não por uma quantidade de tempo estaticamente significante. Os que receberam a droga viveram em média 37,5 meses. Os que não receberam, viveram 33,3 meses.

    Os resultados do estudo, atualmente em fase 2 (fase intermediária), foram apresentados na reunião anual da Associação Americana para a Pesquisa do Câncer.

    O palbociclib diminui a proliferação de células cancerígenas ao inibir a atividade de duas enzimas envolvidas na divisão celular.

    Especialistas em câncer não envolvidos no estudo dizem que os resultados são encorajadores, mas fazem algumas ressalvas. "Os resultados são muito positivos e com grande potencial de impacto nos pacientes", disse José Baselga do Memorial Sloan-Ketterin Câncer Center.

    Baselga ressalta, no entanto, que os resultados podem ser um pouco enviesados por que os pesquisadores, que determinam se os tumores progrediram ou não, sabiam quais pacientes estavam tomando o remédio.

    Eric Winer, do Dana-Farber Câncer Institute, em Boston, disse que estudos maiores ainda são necessários.

    "Esse foi um experimento pequeno, não é o tipo de estudo que tipicamente levaria a mudança na prática".

    O estudo, patrocinado pela Pfizer, envolveu 165 mulheres que receberam seu primeiro tratamento para câncer de mama recorrente ou metástico. Todas as mulheres do estudo tomaram letrozole, droga padrão no início da terapia para esse tipo de câncer e cerca de metade das mulheres também tomaram palbociclib.

    A grande questão é se a Pfizer conseguirá aprovar o remédio baseado nesse estudo. A FDA normalmente exige grandes estudos de fase 3, mas às vezes abre exceções para remédios para câncer.

    A nova droga é vista como um dos mais importantes medicamentos experimentais da Pfizer, e alguns analistas acreditam que ela pode vir a gerar mais de US$ 5 bilhões em receitas anuais ao laboratório caso seja aprovada pela FDA.

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