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    "Dr. Miojo" leva alegria aos pacientes da UTI da Santa Casa

    CLÁUDIA COLLUCCI
    DE SÃO PAULO

    09/05/2014 02h01

    De avental branco, gorro, protetor de sapatos e nariz de palhaço, ele se aproxima do paciente e se apresenta: "Muito prazer, meu nome é dr. Miojo e sou formado em besteirologia e jumentologia". Mesmo ligado a fios e tubos, o doente sorri. E ali começa uma longa conversa.

    Tem sido assim desde 2011, quando Clerson Pacheco, o "dr. Miojo", iniciou seu trabalho de levar um pouco de alegria e descontração à UTI da Santa Casa de São Paulo.

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Clerson Pacheco,44, se veste como Dr. Miojo para entreter pacientes da UTI da Santa Casa
    Clerson Pacheco,44, se veste como Dr. Miojo para entreter pacientes da UTI da Santa Casa

    Não é uma tarefa fácil. "O palhaço tem que saber que ali [na UTI] não é o lugar dele, não é lugar de palhaçada."

    Por isso, a atividade vai depender se o paciente tem condições ou não de (ou quer) interagir. "Muitas vezes, ele só quer conversar um pouco, contar a história dele", afirma Pacheco, diretor artístico da ONG Soul Alegria.

    Mas, nas brechas que encontra, o "dr. Miojo" exerce a sua "medicina". Para um paciente, prescreve pizza de brócolis com gengibre. Com receita escrita com letra de médico e tudo.

    Além dos palhaços, a política de humanização da Santa Casa inclui música e visita de animais nas UTIs, inclusive na pediátrica.

    Por meio do programa chamado Petsmile, as crianças recebem em seus leitos cães, gatos, coelhos, entre outros.

    Segundo Wilze Laura Bruscato, presidente do comitê de humanização da Santa Casa, ainda não é possível medir em números os benefícios dessas ações. "Mas fica claro o bem que elas fazem. É impressionante a melhora do humor e do ânimo de pacientes e funcionários."

    Ela explica que todas as atividades na UTI têm como regra básica o respeito ao ambiente. "Se há um falecimento, é óbvio que não é hora de palhaçada ou de cantar."

    E não só os pacientes que se beneficiam. As atividades envolvem médicos, enfermeiros e os familiares do doente internado. "É muito importante cuidar de quem cuida."

    Para ela, mais do que qualquer atividade lúdica, a humanização envolve gestão. "Não adianta pintar a parede de rosa se o funcionário maltrata o colega ou é hostil com o paciente."

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