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    EUA recomendam pílula anti-HIV para pessoas com risco de contrair o vírus

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    14/05/2014 21h51

    Autoridades de saúde dos EUA lançaram hoje (14) diretrizes oficiais que recomendam que americanos com maior risco de contrair o HIV tomem uma pílula diária que previne a infecção pelo vírus.

    Caso seja seguida, a recomendação aumentaria em 50 vezes o número de prescrições do medicamento Truvada -de 10 mil por ano para 500 mil. A droga custa US$ 13 mil por ano, e a maioria das seguradoras de saúde no país cobrem o valor.

    As diretrizes dos CDCs (Centros de Controle de Doença e Prevenção) pedem que médicos considerem a prescrição da profilaxia pré-exposição para homens gays que fazem sexo sem preservativo, heterossexuais com parceiros de alto risco, como bissexuais e usuários de drogas injetáveis, pacientes que regularmente fazem sexo com alguém que esteja infectado e pessoas que compartilham agulhas ou usam drogas injetáveis.

    Em 2012, o órgão já havia recomendado, em diretrizes provisórias, que médicos considerassem a prescrição do Truvada para homens gays e para mulheres e homens heterossexuais com maior risco de contrair o vírus. Naquele ano, o governo americano aprovou a venda do Truvada como medida preventiva para homossexuais e homens bissexuais saudáveis com alto risco de contrair o HIV.

    Apesar de não haver garantias de que homens gays vão adotar a profilaxia, autoridades dizem que algo precisava ser feito, já que o uso da camisinha tem caído. Numa pesquisa recente, o número de homens gays que admitiram que fizeram sexo desprotegido recentemente subiu 20% de 2005 para 2011.

    O Truvada é o único antirretroviral aprovado para prevenir o HIV nos EUA. Ele é considerado relativamente seguro com poucos efeitos colaterais, como dor de cabeça, de estômago e perda de peso. Efeitos raros, mas sérios, incluem danos hepáticos e renais.

    Oficialmente, os CDCs estão endossando a profilaxia em conjunto com a camisinha. Mas autoridades de saúde dizem estar conscientes de que as pessoas vão parar de usar o preservativo, o que aumenta o risco de contrair outras doenças, como sífilis e gonorreia.

    Desde 2010, três estudos separados com o Truvada mostraram que, quando usado diariamente, pode reduzir bastante as chances de infecção. Isso se mostrou verdade para homens gays, casais heterossexuais e usuários de drogas injetáveis.

    As novas diretrizes dizem que as pessoas devem fazer um teste de HIV antes de usar a droga para prevenção, para se certificarem de que não estão infectadas. Os usuários da profilaxia devem ainda fazer o teste novamente a cada três meses para checar se ainda estão livres do vírus e de outras doenças sexualmente transmissíveis e se não estão desenvolvendo efeitos colaterais.

    Enquanto muitos especialistas em Aids endossam a profilaxia pré-exposição, a prática ainda não é comum entre os médicos.

    Uma pesquisa com 1.175 infectologistas nos EUA e no Canadá mostrou que 74% apoiavam o regime, mas apenas 9% realmente o prescreviam.

    Além disso, a profilaxia ainda não "pegou" entre homens gays, que ainda são o grupo de maior risco.

    BRASIL

    No Brasil, não há aprovação de medicamentos para a prevenção do HIV. O governo anunciou no ano passado que, neste ano, iniciaria um estudo de profilaxia pré-exposição para prevenir a transmissão do HIV entre grupos prioritários, que incluem gays, profissionais do sexo e usuários de drogas.

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