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    Efeitos colaterais são raros, dizem médicos e fabricantes da pílula

    DE BRASÍLIA

    06/10/2014 02h00

    Desde que prescrito por um médico após avaliação clínica da paciente, e descartados fatores de risco como tabagismo, hipertensão, obesidade e histórico de tromboembolismo, a utilização da pílula anticoncepcional é segura, afirma a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

    Marta Franco Finotti, presidente da comissão de anticoncepção da federação, afirma que episódios de tromboembolismo são raros e que avaliações internacionais indicam que o benefício do uso da pílula supera o risco.

    Segundo ela, cinco casos de tromboembolismo são esperados a cada 100 mil mulheres não usuárias de pílula, incidência que sobe para 15 a 20 casos entre quem toma pílula e para 56 entre mulheres grávidas.

    "Deixar de tomar a pílula e ter uma gravidez é um fator de risco muito maior. Isso faz com que a gente continue prescrevendo e pedindo exames quando temos uma suspeita clínica. Para investigar risco de tromboembolismo são necessários vários exames, o que inviabilizaria o uso [da pílula se feitos na população total]. E ainda não daria certeza de ela não ter o problema."

    Após intensa discussão, em 2011, o FDA (agência norte-americana que regula fármacos e alimentos) manteve liberada a venda da drospirenona, princípio ativo da Yasmin, apesar de estudos apontarem para possíveis riscos mais elevados da formação de coágulos –que podem provocar o tromboembolismo– em comparação com o levonorgestrel (outro princípio ativo de pílulas).

    Outro contraceptivo, a Diane 35, também foi alvo de questionamentos sobre sua relação com episódios como o da professora. Em 2013, o produto chegou a ter o uso suspenso na França. Finotti diz, porém, que a suspensão foi breve, sem que tenham sido encontrados novos dados que contraindicassem o medicamento.

    A Bayer, que vende a Yasmin no Brasil, reafirmou a segurança do contraceptivo e lembrou uma decisão da Comissão Europeia, de janeiro deste ano, na qual não foram achadas evidências para mudar a avaliação de risco do medicamento.

    Cinco milhões de mulheres usam a Yasmin em mais de cem países, diz a Bayer.

    A Anvisa afirmou que cabe aos serviços de saúde e às empresas detentoras dos registros dos remédios notificar a agência sobre eventos adversos graves, mas que o relato é voluntário para os médicos, por falta de lei que determine o contrário.

    Entre 2009 e 2014, diz a Anvisa, houve três registros no sistema Notivisa de problemas semelhantes ao da professora após o uso da Yasmin.

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