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    Aparelhos do tipo "faça-você-mesmo" dispensam visita ao dentista

    DO "NEW YORK TIMES"

    14/03/2015 02h00

    O especialista em mí­dias digitais John Hofford, 27, queria endireitar os dentes e preferia os alinhadores ortodônticos invisí­veis, de plástico, em vez dos ostensivos aparelhos metálicos.

    Mas ele não tinha condições de comprar os alinhadores transparentes vendidos pelo seu ortodontista em Atlanta.

    Por isso, em setembro, ele desembolsou US$ 124,95 por um kit que lhe permitiu fazer um molde dental caseiro.

    Depois de assistir a um tutorial em ví­deo, ele misturou a massa, colocou-a em um suporte especial, semelhante a um protetor bucal, e tirou a impressão da sua arcada dentária, que ele devolveu pelo correio para que fosse transformada em um modelo tridimensional.

    Um dentista com quem ele nunca falou pessoalmente sugeriu uma série de alinhadores transparentes para corrigir a dentição encavalada na arcada inferior e um dente ligeiramente proeminente em cima.

    "Você economiza dinheiro por não conversar cara a cara com alguém", disse Hofford, que está em sua terceira série de alinhadores, os quais são progressivamente moldados de forma a mudar os dentes de lugar.

    Ele já pagou cerca US$ 600 pelo serviço, cerca de metade do custo total do tratamento.

    Raymond McCrea Jones/The New York Times
    John Hofford, de Atlanta, coloca alinhador ortodôntico produzido a partir de molde que ele mesmo fez após assistir um vídeo online
    John Hofford coloca aparelho ortodôntico produzido a partir de molde feito por ele mesmo

    Alinhadores invisíveis são geralmente receitados por um ortodontista ou outro especialista após um exame presencial e uma conversa sobre as oposições de tratamento.

    A Invisalign e a ClearCorrect são duas das várias empresas que fabricam alinhadores que exigem supervisão direta em consultas presenciais regulares, geralmente ao custo de US$ 4.000 a US$ 6.000.

    Mas duas companhias, a SmileCareClub e a CrystalBraces –da qual Hofford é cliente– agora oferecem alinhadores entregues em domicíio para que adultos e adolescentes mais velhos endireitem seus dentes em casa por US$ 900 a $ 2.100, dependendo da complexidade das suas necessidades ortodônticas.

    "Endireitar os dentes não deveria custar uma pequena fortuna", disse Doug Hudson, um dos quatro empresários que criaram o SmileCareClub.

    Ele contesta que seus alinhadores sejam aparelhos do tipo "faça-você-mesmo", já que os pacientes "são orientados ao longo do processo" por representantes comerciais.

    Críticos argumentam que a prescrição de alinhadores sem consulta presencial acarreta o risco de serem negligenciados problemas de saúde oral capazes de comprometer o tratamento ortodôntico.

    E, segundo especialistas, os alinhadores não são apropriados para todos, mesmo que as empresas sugiram que eles são capazes de corrigir encavalamentos graves.

    A Associação Americana de Ortodontia, que reúne profissionais do setor, alertou os consumidores a não mexerem nos próprios dentes sem um exame inicial e a contínua supervisão de um ortodontista. "

    Os pacientes que não consultam um ortodontista para exames regulares e/ou para um diagnóstico completo correm mais risco de ser prejudicados", disse Rolf Behrents, porta-voz da associação.

    Muitos ortodontistas argumentam que um exame presencial é fundamental para localizar cáries não tratadas e infecções gengivais subjacentes antes de começar qualquer tratamento para endireitar os dentes.

    Son Tran, criador da CrystalBraces, insiste que prescrever um alinhador para um paciente a distância não significa oferecer um tratamento menos cuidadoso. "Examino todos os modelos e moldes que chegam", disse.

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