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    Autorização não garante importação de substância psicoativa da maconha

    GABRIELA YAMADA
    DE RIBEIRÃO PRETO

    18/04/2015 02h04

    Mesmo após ter obtido vitória judicial que lhe garante a importação de medicamento à base de THC (Tetraidrocanabidiol), a mineira Juliana Paolinelli, 35, ainda não conseguiu o produto por vias legais.

    O THC é um princípio ativo da maconha que, diferentemente do canabidiol, tem efeitos psicoativos.

    O problema, segundo ela, é burocrático: para importar o remédio, chamado Sativex, ela precisa se consultar com um médico americano, que lhe prescreva o uso.

    Isso porque, como o THC é proibido no Brasil, nenhum médico brasileiro está apto a fornecer um laudo e uma receita médica.

    Juliana foi a primeira brasileira a obter na Justiça a autorização para a importação do THC, há oito meses.

    "Me sinto humilhada por recorrer ao tráfico, mas usar a maconha é a única forma de aliviar as minhas dores e tocar a minha vida", disse.

    Juliana tem uma anomalia congênita chamada espondilolistese no nível mais grave possível. Há o deslizamento de uma vértebra sobre a outra e um desalinhamento da coluna. Há cerca de dez anos, ela passou por duas cirurgias para realinhar as vértebras.

    Os procedimentos, no entanto, não foram bem sucedidos, e a instabilidade da coluna vertebral causa convulsões e dores.

    Ela chegou a ter implantada uma bomba de morfina, ligada diretamente ao cérebro, por quatro anos, mas não adiantou.

    Ela afirma que também já importou ilegalmente o canabidiol, mas o efeito isolado da substância não alivia totalmente a dor.

    "Quero ser reconhecida como paciente de maconha medicinal, é meu direito", disse.

    Ela afirma que já teve problemas até com vizinhos, que ficavam incomodados com o uso de maconha e pediram que ela se mudasse.

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