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    Uso de cocaína potencializa infecção pelo HIV, aponta pesquisa

    DÉBORA ANDRADE
    DA EDITORIA DE TREINAMENTO

    09/07/2015 02h01

    O uso de cocaína acelera o processo de infecção do organismo pelo HIV, afirma estudo feito na Universidade da Califórnia em Los Angeles e publicado no periódico científico "Scientific Reports".

    Ratos que receberam cocaína injetável e foram expostos à contaminação pelo HIV apresentaram teste positivo para o vírus duas vezes mais do que os animais do grupo controle (que foram contaminados pelo HIV mas não receberam cocaína).

    Além disso, a quantidade de HIV presente nas células sanguíneas do grupo que recebeu a droga foi cerca de três vezes maior do que nos ratos do grupo controle.

    "A pesquisa sistematiza uma correlação que na prática já era percebida. É comum que usuários de cocaína tenham sistemas imunológicos debilitados pelo uso da droga, ficando mais vulneráveis a diversas doenças", afirma Wagner Mendonça de Morais, psicólogo e coordenador da Estratégia de Redução de Danos de Aracaju. "Isso se traduz numa preocupação com as práticas de risco, como o compartilhamento de seringas", diz.

    Se portadores de HIV ficam mais vulneráveis à progressão da doença ao utilizarem cocaína e por isso apresentam maior quantidade do vírus no sangue, eles têm, portanto, maior probabilidade de infectar outras pessoas.

    Estudos anteriores já haviam estabelecido a relação entre cocaína e infecção acelerada pelo HIV em células sanguíneas humanas isoladas (estudos in vitro) e até mesmo em ratos.

    A nova pesquisa estende suas conclusões para os efeitos da cocaína no corpo humano, já que foram usados ratos "humanizados", ou seja, geneticamente modificados para apresentar um sistema imunológico semelhante ao de humanos.

    "O próximo passo será determinar como a cocaína interfere com as terapias antivirais usadas por portadores do HIV e investigar o impacto de outras drogas na progressão da doença", disse à Folha Dimitrios Vatakis, líder da pesquisa.

    DÉBORA ANDRADE é trainee do 3º programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde da Folha, com patrocínio institucional da Pfizer

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