Depois de ter soltado mosquitos Aedes aegypti geneticamente modificados no final de abril, a prefeitura de Piracicaba (SP) divulgou nesta terça (21) um balanço dizendo que eles não tiveram dificuldade de se adaptar à cidade.
A meta é diminuir a população da espécie, que transmite dengue, chikungunya e zika.
Editoria de Arte/Folhapress |
Esses mosquitos (machos, que não se alimentam de sangue) são capazes de se reproduzir normalmente, mas suas larvas não chegam à fase adulta.
A captura de ovos de Aedes foi feita com um instrumento chamado de ovitrampa. A partir da luz fluorescente emitida pelos ovos, os técnicos conseguem saber se o gene autolimitante do pai (modificado) está presente.
Esse índice de fluorescência ultrapassou os 70%, segundo a prefeitura. Ele corresponde ao índice de cópula dos "Aedes do bem".
Para o prefeito Gabriel Ferrato (PSDB), o saldo da experiência é positivo: "Foi importante Piracicaba ter adotado essa iniciativa. Quem sabe não seja um bom caminho para tratar a questão da dengue, que se mostra cada vez mais resistente. É um bom início para um novo enfrentamento dessa doença que mata e não podemos perder seres humanos por conta dela", afirmou o prefeito.
A previsão é que a diminuição da população de mosquitos seja percebida nos próximos meses. A cidade teve três óbitos e 3.254 casos confirmados de dengue neste ano.
Laura Leite/CCS Prefeitura de Piracicaba | ||
Ovitrampa, armadilha utilizada para apanhar os ovos dos Aedes Aegypti |