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    Cientistas têm um pé atrás com novos remédios

    GABRIEL ALVES
    DE SÃO PAULO

    23/07/2015 02h06

    Os anticorpos contra o Alzheimer estão sendo anunciados pelas indústrias farmacêuticas como o novo paradigma da área, já que não há no mercado drogas que tratem ou retardem as causas da doença.

    Isso porque o que os medicamentos atuais fazem é apenas tentar manter a função neurológica, apesar da perda progressiva de neurônios. "Seria como criar um acesso ao volume-morto do cérebro", diz o professor de psiquiatria da Unifesp Acioly Tavares.

    Ele lembra que há vários anticorpos monoclonais em testes atualmente –não há como negar que essa é a próxima parada nos novos tratamentos contra o Alzheimer, ele diz.

    Já para Cícero Galli Coimbra, professor de neurologia da Unifesp, há muito interesse das farmacêuticas em lançar logo uma droga mesmo que não seja tão boa.

    "Vejo com ceticismo esses resultados. Há muita coisas que eles omitem. Não é porque tem significância estatística que um resultado é bom."

    "Se olharmos friamente o estudo do solanezumab [da Eli Lilly], eles falharam, já que não houve nenhum benefício para quem já tinha a doença em estágio que não fosse leve", diz Alessandra Gorgulho, neurocirurgiã do HCor.

    Quem pode ter alguma esperança, segundo ela, são as pessoas com casos na família que poderiam usar os anticorpos para prevenir o Alzheimer.

    "Infelizmente, todos os novos tratamentos experimentais, cirúrgicos ou não, só têm efeitos em casos iniciais ou leves", afirma.

    Editoria de Arte/Folhapress

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