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    Estudo pago pela Coca diz que bebida açucarada não é vilã da obesidade

    DE SÃO PAULO

    11/08/2015 12h07

    A Coca-Cola, a maior produtora de refrigerantes do mundo, doou cerca de US$ 1,5 milhão no ano passado para abertura de uma organização sem fins lucrativos, a Global Energy Balance Network (Rede Global de Equilíbrio Energético), na qual aponta que bebidas açucaradas não são as vilãs da obesidade.

    A organização promove a ideia de que o indivíduo deve se preocupar menos em cortar calorias e realizar mais atividade física para se manter saudável. Para ajudar os cientistas a disseminarem sua mensagem, a Coca-Cola fornece apoio financeiro e logístico.

    "Grande parte do foco na mídia popular e nas revistas científicas é em 'eles estão comendo demais, comendo demais, comendo demais' –culpando fast food, bebidas açucaradas e assim por diante", diz o vice-presidente da Global, Steven N. Blair, ao jornal americano "The New York Times". Em um vídeo recente anunciando a nova organização, Blair também afirma que "não há nenhuma evidência clara de que, de fato, essa seja a causa."

    Registros mostram que o site da rede, gebn.org, está registrado na sede da Coca-Cola em Atlanta, e que a empresa também está listada como administradora do site. O presidente do grupo, James O. Hill, um professor da faculdade de Medicina da Universidade do Colorado, disse que a Coca-Cola registrou o site porque os membros da rede não sabiam como.

    Especialistas da área de saúde, contrários à pesquisa do grupo, afirmam que a mensagem é um esforço da Coca-Cola para desviar as críticas sobre o papel das bebidas açucaradas na disseminação da obesidade e da diabetes tipo 2.

    Além disso, os especialistas ainda destacam que a organização usa o novo grupo para convencer o público de que atividade física pode compensar uma dieta ruim, apesar da evidência de que os exercícios têm apenas um impacto mínimo sobre o peso em comparação ao que as pessoas consomem.

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