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    Nova técnica de choque na região peniana promete tratar impotência

    GABRIEL ALVES
    DE SÃO PAULO

    20/12/2015 02h02

    Um novo método que trata impotência à base de ondas de choque acaba de chegar ao Brasil e tem feito sucesso entre os pacientes que aderiram à técnica.

    Um aparelho estimula o corpo do pênis e também o períneo –onde a estrutura do órgão está fincada– para promover o rejuvenescimento vascular do órgão.

    O tratamento é indolor, mas é possível perceber que algo está acontecendo na região, relatam pacientes. São 5.000 ondas de choque de baixa intensidade por sessão.

    O empresário Antenor (nome fictício), de 77 anos, diz que após a segunda sessão (de quatro previstas) já notou resultado da estimulação.

    Ele, que é diabético, conta que comprimidos como o Viagra e o Cialis já não estavam funcionando corretamente há alguns anos. "Precisava estar muito inspirado para dar certo, e eu ficava aborrecido com isso", conta. O tratamento, diz, parece fisioterapia: "Não dói, mas dá para sentir que tem algo acontecendo lá embaixo".

    Durante o procedimento, o braço do aparelho é posicionado em quatro pontos estratégicos da anatomia masculina, um de cada vez, para que recebam as ondas de choque profundas.

    O também empresário Eduardo (nome fictício), de 44 anos, sofre com pressão alta, diabetes e com o colesterol, que "às vezes sai do controle". "O estresse mina as pessoas por dentro", diz. Fazia alguns meses que ele tinha notado a perda de potência sexual, mas não chegou a usar o Viagra, "o que seria o caminho natural".

    Em uma consulta, seu urologista recomendou o novo tratamento, para o qual até então não foram relatados efeitos colaterais.

    "Eu tive que abrir uma champanhe para comemorar com a minha mulher. Os efeitos foram excepcionais", afirma o empresário. "Me sinto um molecão. Sem brincadeira: estou pelo menos 15 anos mais novo".

    Adão Iturrusgarai

    A ordem canônica de tratamentos para a disfunção erétil de origem vascular seria: 1) comprimidos; 2) na falha deles, a injeção de substâncias diretamente no pênis; e 3) as próteses.

    Segundo o urologista argentino Amado Bechara, um dos pioneiros na aplicação da técnica, as ondas de choque também podem ser usadas sinergicamente a medicamentos para disfunção erétil.

    Estudos científicos controlados que avaliaram a eficácia do novo método relatam que em torno de 60% dos pacientes afirmam haver melhora nas ereções após as sessões de estimulação.

    O tratamento de ondas de choque para disfunção erétil, com quatro sessões, custa em torno de R$ 12 mil e a promessa é que os benefícios sejam duradouros –80% das melhoras persistem por pelo menos dois anos.

    Não existem grandes estudos ou que relatem um acompanhamento mais longo, visto que o tratamento com ondas de choque só passou a ser testado em 2012, diz o urologista Wagner Raiter José, entusiasta da técnica no país.

    'NOVO VIAGRA'

    Para José, o momento vivido pela urologia atualmente é parecido com aquele do lançamento do Viagra, em 1998. "Até então homens jovens com casos que hoje são facilmente tratáveis acabavam fazendo implante. Não quer dizer que os implantes não serão mais necessários, mas que serão adiados por causa dessas técnicas [de ondas de choque e medicamentosas]."

    Os pacientes "ideais" para a máquina são os diabéticos, tabagistas, hipertensos e com problemas de colesterol –que geralmente apresentam uma deterioração do fluxo sanguíneo nos vasos, inclusive no pênis.

    Já pacientes com disfunção erétil secundária a cirurgias (como a retirada de tumor da próstata) geralmente perdem potência por causa da retirada de nervos. Nesses casos a técnica pode decepcionar e não é a melhor opção.

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    DEPOIS DO VIAGRA
    Se o remédio não der certo, novo método pode ser empregado

    > Novo tratamento
    Para quem tem a doença com origem vascular, o tratamento com ondas de choque pode ser indicado

    > 'Choque'
    O corpo do pênis recebe as ondas de choque de baixa intensidade. O tratamento é indolor

    > Revascularização
    Após o estímulo, o corpo e base do pênis são revascularizados, o que melhora o aporte sanguíneo para o órgão, favorecendo a ereção

    > Sessões
    Após quatro sessões, em média, a maior parte dos pacientes já relatam melhora

    > Fatores de risco
    Fumo, diabetes, ansiedade e doenças cardiovasculares podem agravar o quadro de impotência

    > 10%
    dos homens no mundo sofrem com disfunção erétil (impotência), sendo 6,5% dos homens entre 20 e 29 anos e 77,5% dos homens com mais de 75 anos

    > 33%
    é a fração estimada dos pacientes que buscam tratamento médico

    Fontes: National Health Service (Reino Unido); Sociedade Brasileira de Urologia

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