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    Cientistas dizem ter criado camisinha que aumenta prazer

    BBC BRASIL

    05/01/2016 08h47

    Reprodução/Getty
    Segundo a ONU o uso do preservativo com parceiros não regulares varia entre 80% em países como a Namíbia até 30% em muitos outros países
    Uso com parceiros não regulares varia entre 80% em países como Namíbia até 30% em outros países

    Cientistas indianos e americanos dizem ter desenvolvido um novo preservativo que, além de evitar o contágio pelo HIV, aumenta o prazer sexual.

    A nova camisinha, de acordo com os pesquisadores, fará com que as pessoas queiram usar a proteção - em vez de simplesmente adotá-la por razões de segurança de saúde ou para evitar gravidez.

    O preservativo foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e financiado pela Fundação Bill Gates. Mahua Choudhury, pesquisadora do centro, disse que a ideia era criar um produto que protege o usuário e também ajuda a aumentar o prazer.

    A nova camisinha tem uma substância gelatinosa reforçada com antioxidantes que atacam o vírus HIV caso ocorra um rompimento do preservativo, disse Choudhury. Mas esses antioxidantes "também estimulam as terminações nervosas e, por isso, geram maior prazer sexual", acrescentou a cientista.

    RESISTÊNCIA

    Choudhury lembra que muitas pessoas abrem mão dos preservativos por acharem que a camisinha reduz o prazer na relação sexual. E dados da ONU indicam que, apesar de avanços nas duas últimas décadas, milhões de pessoas no mundo todo ainda não têm acesso à camisinha ou não utilizam a proteção devido a barreiras psicológicas e tabus sociais.

    O Fundo para a População da ONU afirma que o uso de camisinha em relações com pessoas que não são parceiros(as) regulares varia de 80% em países como a Namíbia, na África, até menos de 40% em outros países –incluindo alguns com altas taxas de infecção pelo HIV.

    Entre os jovens de 15 a 24 anos o uso de preservativos varia entre 80% em alguns países da América Latina até 30% em países a África Ocidental. Crenças populares e fatores culturais têm um papel importante no uso da camisinha.

    Segundo Choudhury, o projeto do novo preservativo visa justamente criar um produto que faça com que mais pessoas se sintam motivadas a usar a camisinha. "Isto faria com que as pessoas comprassem um produto que as protege mas também torna a relação sexual mais satisfatória", disse.

    O mais interessante, de acordo com a pesquisadora, é que não há nada parecido no mercado que ajude a prevenir de forma tão eficaz o HIV.

    AFP
    Tabus culturais e barreiras psicológicas levam milhões de pessoas a não usar camisinha
    Tabus culturais e barreiras psicológicas levam milhões de pessoas a não usar camisinha

    NOVA GERAÇÃO

    O novo preservativo é resultado de uma iniciativa da Fundação Bill Gates. Há dois anos, Gates e sua esposa, Melinda, colocaram à disposição de empreendedores fundos de até US$ 100 mil para desenvolver uma "nova geração" de camisinhas mais finas e eficazes. O centro de pesquisas da Universidade do Texas foi um dos beneficiados.

    Choudhury disse que, até o momento, o preservativo ainda é um protótipo, mas já existe muito interesse. Ela acredita que o produto estará disponível no mercado dentro de um ano. "Neste momento estamos criando (os preservativos) e logo será uma questão de acertar os detalhes", disse.

    E quanto ao preço, a pesquisadora afirmou que, uma vez que o preservativo comece a ser fabricado em larga escala, será uma questão de centavos de dólares.

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