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    Pílula anticoncepcional não aumenta risco de malformações congênitas

    DA AFP

    07/01/2016 08h34

    Tomar uma pílula anticoncepcional antes ou no início de uma gravidez não aumenta o risco de problemas congênitos graves no bebê, de acordo com um estudo britânico publicado nesta quinta-feira (7) no site da "Medical Daily".

    Pesquisadores dinamarqueses e norte-americanos chegaram a esta conclusão –que contradiz os resultados de alguns estudos publicados no passado– depois de estudarem cerca de 900 mil nascidos vivos listados na Dinamarca entre 1997 e 2011.

    Cerca de 2,5% das crianças sofriam de problemas congênitos tais como como malformações do sistema nervoso (espinha bífida), do coração, do trato respiratório ou urinário, cabeça ou membros. Questões relacionadas a causas conhecidas, como a síndrome alcoólica fetal ou aberrações cromossômicas (incluindo originalmente trissomia 21) foram excluídos do estudo.

    Os pesquisadores da Harvard T.H. Chan School of Public Health descobriram que crianças nascidas de mulheres que continuaram a tomar a pílula após o início da gravidez não tinham maior risco de malformações do que aquelas nascidas de mulheres que nunca tomaram a pílula ou tinham parado antes de engravidar.

    Eduardo Knapp - 8.mar.2010/Folhapress
    Produção de pílula anticoncepcional em uma fábrica em São Paulo
    Produção de pílula anticoncepcional em uma fábrica em São Paulo

    A maioria das mães estudadas (68%) tinham parado de tomar contraceptivos orais mais de três meses antes da concepção, enquanto 21% nunca tinham tomado a pílula. Apenas 8% tinha parado a contracepção oral menos de três meses antes da gravidez enquanto 1% continuou a tomar mesmo que já estivessem grávidas.

    Mas, em última análise, a taxa de malformações foi praticamente a mesma: cerca de 2,5% após o ajuste para fatores de risco como idade materna, nível de escolaridade ou renda, ou tabagismo durante a gravidez. Esses resultados devem "tranquilizar as mulheres que engravidaram enquanto tomavam contraceptivos orais ou apenas alguns meses depois de pararem de tomá-los", dizem os autores.

    Segundo Brittany Charlton, da Harvard T.H. Chan School of Public Health, eles são ainda mais tranquilizadores já que são baseados em prescrições médicas e não nas declarações de mulheres, que podem ser menos confiáveis​​.

    Nos anos 70 e 80, vários estudos em pequenos grupos de mulheres encontraram uma associação entre os contraceptivos orais (estrogênio ou progestina) e malformações cardíacas e dos membros. Essa associação, no entanto, não foi encontrada em estudos mais recentes.

    Hereditariedade, pesticidas, tabaco, álcool, radiação ionizante, obesidade, aberrações cromossômicas e agentes infecciosos são atualmente considerados os principais fatores de risco para defeitos congênitos.

    Tomar certos medicamentos também é tido como um fator de risco, o mais infame deles sendo a talidomida. Prescrito para mulheres grávidas contra a náusea nos anos 50 e início dos anos 60, a droga fez entre 10 mil e 20 mil vítimas, em sua maioria nascidas com membros amputados.

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