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    mosquito aedes aegypti

    Vírus da zika no Brasil é quase idêntico ao de surto no Pacífico em 2013

    DE SÃO PAULO

    17/02/2016 21h38

    Um novo estudo comandado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) diz que a cepa do vírus da zika que circulou no Brasil, especialmente no Nordeste, é quase idêntica à cepa do surto que aconteceu na Polinésia Francesa, localizada no meio do oceano Pacífico, em 2013. A identidade é entre 97% e 100%.

    Em relação aos vírus "originais", que circulam em Uganda e no Senegal, na África, o grau de identidade ficou entre 87% e 90%.

    Os experimentos foram realizados a partir do líquido amniótico de duas mulheres grávidas que tiveram sintomas de zika e cujos bebês nasceram com microcefalia.

    Os primeiros resultados foram anunciados pela Fiocruz em novembro de 2015 e mudaram o paradigma da relação zika-microcefalia, tornando-a mais verossímil. Só agora, no entanto, os resultados são descritos, com mais detalhes, em um artigo científico, publicado na noite desta terça (17) no periódico "The Lancet".

    Outros possíveis causadores da má-formação foram descartados, como toxoplasmose, HIV, sífilis, sarampo, rubéola, citomegalovírus e herpes simplex.

    Para fazer a análise, os cientistas purificaram as amostras por filtros onde só partículas virais são capazes de passar. Depois, amontoaram (com o auxílio de uma centrífuga) os vírus em um montinho no fim de um tubo. Desse montinho, quase invisível, foi extraído todo o DNA.

    Ao trabalhar com esse material, os cientistas viram que apenas um tipo de vírus tinha representatividade no material das duas pacientes: o vírus da zika.

    "Esses achados reforçam a associação putativa entre o vírus da zika e os casos de microcefalia em neonatos no Brasil", escrevem os autores. "O vírus da zika deve ser considerado um agente infeccioso em potencial para fetos humanos."

    Curiosamente, o vírus da zika revelou-se um parente mais próximo dos vírus causadores da febre amarela e da encefalite japonesa do que dos quatro tipos de vírus da dengue. O vírus que causa a chikungunya, em relação a todos os anteriores, é um primo bem mais distante. Todos eles são da mesma família, dos flavivírus.

    Para os autores, agora são necessários estudos que confirmem o tropismo (atração) que o vírus teria pelo tecido nervoso –o que explicaria, ao menos em parte, a ocorrência de microcefalia.

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