O surto do vírus da zika na Colômbia quase quadruplicou o número de casos de microcefalia no país em 2016. Os registros saltaram de 110, no ano anterior, para 476.

O estudo foi divulgado nesta sexta-feira (9) pelos CDC (Centros de Controle de Doenças, dos EUA).

Entre agosto de 2015 e novembro de 2016, houve cerca de 105 mil casos suspeitos de zika na Colômbia. Destes, 20 mil eram em gestantes.

De acordo com a pesquisa divulgada pelos CDC, a prevalência da microcefalia no país sul-americano passou de 2,1 a cada 10 mil nascidos vivos para 9,6 a cada 10 mil.

Os dados foram colhidos através do sistema de vigilância do INS (Instituto Nacional de Salud), órgão governamental de saúde colombiano.

Anteriormente, acreditava-se que, em outros países, a zika teve menor impacto quanto às más-formações em fetos. No Brasil, que possui algumas regiões com altas taxas de microcefalia, especula-se que outras infecções (além da zika) e condições ambientais poderiam favorecer o aparecimento da condição.

O crescimento das taxas colombianas de microcefalia é inferior ao brasileiro. Os casos no Brasil aumentaram cerca de nove vezes durante o surto ocorrido entre os anos de 2015 e 2016.

Dos 476 bebês colombianos com microcefalia, 306 foram testados para a presença do vírus da zika. Houve confirmação laboratorial de 147 casos.

Outros patógenos que podem causar microcefalia foram testados em parte dos fetos (121). Em 26 casos foi detectada a presença desses agentes e, em várias ocasiões, coinfecção com a zika.

Cerca de 34% dessas mães declararam sintomas compatíveis com a infecção por zika durante a gravidez.

O estudo alerta para uma série de limitações que impediram uma melhor qualidade dos dados. Entre elas estão: falta de confirmação laboratorial da zika na maior parte dos casos de microcefalia e observação de possíveis alterações só até o nascimento, ignorando possíveis condições relacionadas à zika nos meses após o parto.