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    Anvisa aprova nova droga para controle da obesidade

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    20/12/2016 19h42

    Pedro Amatuzzi/Código19/Folhapress
    Remédio é indicado em tratamentos que também envolvem redução de calorias e atividade física
    Remédio é indicado em tratamentos que também envolvem redução de calorias e atividade física

    A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o registro de uma nova droga indicada para controle da obesidade, o Belviq.

    O remédio, composto de cloridrato de lorcasserina hemihidratado, é o segundo com essa indicação a ser aprovado neste ano pela agência –até então, o último registro semelhante havia ocorrido em 1998.

    Segundo a agência, o medicamento é indicado como auxiliar em tratamentos que também envolvem dietas de redução de calorias e aumento de atividade física para controle do peso crônico.

    O remédio, na forma de comprimidos revestidos, é indicado a pacientes com quadro de obesidade (índice de massa corporal igual ou maior do que 30 kg/m2) e alguns casos de sobrepeso, quando o paciente tem índice igual ou maior que 27 kg/m2 associado à presença de pelo menos uma doença relacionada, como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e apneia do sono.

    Com o clodridrato de lorcasserina, o Brasil passa a ter quatro medicamentos disponíveis no mercado contra a obesidade –os outros são o orlistat, sibutramina e liraglutida.

    HIPOTÁLAMO

    Segundo a endocrinologista Maria Edna de Melo, diretora da Abeso (associação brasileira de estudo da obesidade), o novo medicamento tem mecanismo de ação diferente dos demais.

    "Ela [lorcasserina] ativa um receptor específico de serotonina que fica no hipotálamo, que é o centro principal de controle de balanço energético. E lá aumenta a produção de melanocortina, [hormônio] que traz uma redução da fome. É o único medicamento que vai agir exatamente nesse receptor", explica. "Vemos como mais uma opção, porque nem todos os pacientes respondem bem a todos os tratamentos", afirma a endocrinologista.

    Ainda de acordo com Melo, o medicamento também tem aparenta ter menos efeitos colaterais. Os mais comuns são dores de cabeça, boca seca e constipação intestinal, informa. "É um medicamento que tende a ser bem tolerado. Mas como nunca usamos, a prática vai nos dizer muito mais. Com o tempo, vamos avaliar", diz.

    O novo remédio deve ter tarja vermelha, sujeito à receita médica. Após a aprovação do registro, o produto deve ter o preço máximo permitido de venda definido pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos). No exterior, o medicamento custa cerca de R$ 400 por mês.

    Além do Brasil, o Belviq já tinha sido aprovado em outros países, como os EUA. O medicamento é produzido pela empresa suíça Arena Pharmaceuticals. Já a detentora do registro no Brasil é a Eisai Laboratórios, de São Paulo.

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