• Equilíbrio e Saúde

    Friday, 03-May-2024 12:42:33 -03

    Viver próximo a vias movimentadas aumenta risco de demência, diz estudo

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    05/01/2017 14h02

    Eduardo Anizelli-18.dez.2016/Folhapress
    Trânsito na marginal Pinheiros
    Trânsito na marginal Pinheiros

    Pessoas que vivem próximo a vias onde o tráfego de veículos é intenso têm mais risco de desenvolver demência senil como o mal de Alzheimer, revela um estudo publicado nesta quinta-feira (5) na revista especializada britânica "The Lancet". A poluição e o ruído seriam elementos que contribuiriam para a degeneração cerebral, afirma a pesquisa.

    O estudo não estabeleceu vínculos entre a exposição ao tráfego de veículos e outras duas enfermidades neurológicas: mal de Parkinson e esclerose múltipla.

    Ao analisar os casos de mais de 6 milhões de adultos residentes na província canadense de Ontario entre 2001 e 2012, os pesquisadores concluíram que entre 7% e 11% dos casos de demência senil observados em pessoas residentes a menos de 50 metros de uma via de trânsito intenso podem ser atribuídos a esta exposição.

    O risco aumenta em 7% para as pessoas que vivem a menos de 50 metros, em 4% para os que estão a uma distância de entre 50 e 100 metros, e em 2% para uma distância de entre 100 e 200 metros.

    Além dos 200 metros não existe risco, segundo a equipe liderada por Hong Chen, da agência de saúde pública de Ontario.

    Os cientistas fizeram ajustes nos dados para levar em conta outros fatores, como pobreza, obesidade, instrução e o hábito de fumar, então seria improvável que eles tivessem ligação com o desenvolvimento da doença nos casos analisados.

    O trabalho identificou dois elementos contaminantes mais envolvidos na demência, que são o dióxido de nitrogênio (NO²) e as partículas finas emitidas pelos veículos, mas há outros fatores, como o barulho, que podem ter um papel nos quadros.

    "Precisamos de mais pesquisas para estabelecer essa ligação e, particularmente, os impactos de diferentes aspectos do trânsito, como poluição e ruídos", diz Hong Chen, um dos autores do estudo.

    Contudo, o estudo analisa apenas onde vivem pessoas diagnosticadas com demência e não pode comprovar que o trânsito seja realmente o causador do problema.

    Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há 47,5 milhões de pessoas com demência senil no mundo, das quais entre 60% e 70% sofrem do mal de Alzheimer, enfermidade neurodegenerativa que leva à perda da capacidade cognitiva.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024