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    Raro câncer relacionado a implantes de mama matou nove mulheres

    DO "NEW YORK TIMES"

    30/03/2017 05h00

    BBC/Brasil
    Problema de saúde estava associado a implantes texturizados, com superfícies acidentadas
    Problema de saúde estava associado a implantes texturizados, com superfícies acidentadas

    Um raro tipo de câncer, associado em 2011 a implantes de mama, foi relacionado a nove mortes, afirmou, nesta terça-feira (28), a FDA, agência que regula o setor de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos.

    A agência americana recebeu, até 1º de fevereiro, 359 relatos de câncer associados aos implantes.

    As mortes não foram causadas por câncer de mama, diz a agência, mas, sim, por um raro tumor no sistema imunológico. Nos casos em questão, o raro câncer cresce no seio, normalmente no local da cicatriz do implante. A condição usualmente é curável e não fatal.

    Segundo a agência, o problema está mais comumente associado a implantes texturizados, com superfícies acidentadas, do que os com superfícies lisas. Entre os 359 casos documentados, 231 possuíam informações sobre a superfície do implante: 203 eram texturizados e 28 lisos.

    Já o conteúdo do implante parece menos importante. Com informações sobre preenchimento em 312 dos casos documentados, sabe-se que 186 implantes possuíam gel de silicone e 126 eram preenchidos com solução salina.

    Em geral, os casos foram descobertos com o aparecimento dos sintomas, como caroços, dores, retenção de líquidos e inflamação.

    A FDA afirma que é impossível estimar a quantidade total de casos existentes, pois nem sempre os problemas são relatados e há falta de dados sobre as vendas mundiais dos implantes.

    Segundo a American Society of Plastic Surgeons (sociedade americana de cirurgiões plásticos, em tradução livre), em 2016 nos EUA, cerca de 290.000 mulheres realizaram implantes para aumento dos seios e 109.000 realizaram o procedimento para reconstrução pós-câncer de mama.

    Muitos casos do tumor podem ser resolvidos apenas com a remoção do implante e do tecido ao redor. Contudo, algumas mulheres podem precisar de quimioterapia.

    Não se sabe o motivo dos riscos serem diferentes dependendo da superfície, mas a reação do corpo aos implantes texturizados é diferente, de acordo com Alex Wong, cirurgião plástico e pesquisador da Universidade do Sul da Califórnia. Tecido cresce nas microscópicas ranhuras desses implantes.

    "Quando você retira esses implantes, é possível ouvir um som de descamação", diz Wong. "Enquanto isso, os lisos se parecem com gelatinas. É possível mover facilmente."

    Em estudos com camundongos, Wong afirma que há diferentes níveis de atividade genética no tecidos expostos a implantes texturizados e lisos.

    "Estamos tentando entender o motivo dessas diferenças", diz. Ele afirma ainda que, em alguns casos, o câncer parece estar associado à infecção bacteriana.

    Os cirurgiões costumam usar implantes texturizados quando a intenção é que o material não se mova. Isso é importante pois uma mudança de posição de implantes anatomicamente modelados poderia provocar uma aparência ruim, estranha.

    A agência americana diz que os médicos devem considerar a possibilidade de tumor em mulheres que passaram a apresentar problemas nas mamas após o implante.

    Se a mulher não apresenta problemas, não há motivos para remoção, diz a FDA, enfatizando que o tumor parece ser algo muito raro.

    Contudo, mulheres que estejam para realizar o procedimento devem estar cientes do potencial problema e do risco relacionado aos implantes texturizados, afirma a agência.

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