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    Chineses criam injeção antizika e testes têm sucesso em roedores

    RICARDO BONALUME NETO
    DE SÃO PAULO

    26/07/2017 02h00

    Diego Padgurschi/Folhapress
    Cientista manipula amostra com sangue contaminado, obtido de paciente que teve zika
    Cientista manipula amostra com sangue contaminado, obtido de paciente que teve zika

    Uma equipe de pesquisadores chineses deu o primeiro passo importante para a obtenção de uma terapia contra o vírus da zika. Eles conseguiram inativar o vírus em fetos e em fêmeas prenhas de camundongos.

    O artigo, publicado nesta terça (25) na revista "Nature Communications", tem como autores Yufeng Yu e Shibo Jiang, e a pesquisa foi coordenada por Lu Lu, ambos da Universidade Fudan, de Xangai.

    O novo estudo usou um peptídeo para atacar o vírus –peptídeos são moléculas orgânicas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos, os "tijolos" dos quais são feitas as proteínas.

    Hoje, não há vacinas específicas ou medicamentos antivirais disponíveis para prevenir ou tratar a infecção pela zika. Os pesquisadores relatam que o uso de um peptídeo sintético derivado da região do caule da proteína do envelope que cobre o zika, designado Z2, inibe a infecção e outros flavivírus in vitro.

    A nova arma, Z2, interage com a proteína na superfície do vírus e afeta a integridade da membrana. O peptídeo sintético pode passar pela barreira da placenta e penetrar os tecidos do feto, como demonstrado em roedores. Uma vez no organismo dos animais, o Z2 protegeu contra a infecção pelo vírus.

    Com isso, o Z2 tem potencial para ser desenvolvido como tratamento antiviral contra a infecção pela zika em populações de alto risco, particularmente mulheres grávidas.

    Já existem alguns compostos feitos com pequenas moléculas que podem ser usados para inibir a infecção, mas sua segurança para mulheres grávidas ainda é desconhecida, e algumas têm pouca eficácia.

    Há também um anticorpo (o ZIKV-117) que pode neutralizar algumas cepas do vírus, mas o alto custo pode limitar sua aplicação em países em desenvolvimento, como o Brasil, segundo os chineses.

    Os cientistas dizem que o mecanismo pelo qual o peptídeo derivado do vírus pode inibir a infeção ainda não está claro, mas afirmam que ele tem "excelente perfis de segurança e farmacológicos".

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