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    Doença de Kate Middleton é mais comum na primeira gravidez

    FERNANDO TADEU MORAES
    DE SÃO PAULO

    06/09/2017 19h28

    A notícia de que Kate Middleton está grávida de seu terceiro filho foi acompanhada do anúncio de que a duquesa de Cambridge está sofrendo de hiperêmese gravídica.

    A doença é caracterizada pelo excesso de enjoos e vômitos, mais comuns nos três primeiros meses de gestação.

    De acordo com Corintio Mariani Neto, diretor da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), enjoos e episódios de vômito são normais no início da gravidez e acometem cerca de 70% das gestantes.

    "Quando não conseguimos melhorar os sintomas com os cuidados tradicionais, como mudança de alimentação ou uso de antieméticos, e a situação vai evoluindo a ponto até de colocar em risco a vida da paciente, a doença muda de nome e passa a se chamar hiperêmese".

    Na hiperêmese gravídica, explica Mariani Neto, a gestante não consegue ingerir sólidos ou líquidos. "Inicia-se um quadro de perda de peso e desnutrição. A paciente fica desidratada, hipoglicêmica, e a situação pode ficar grave."

    Nesses casos, o tratamento requer internação, com remédios e líquidos introduzidos de forma intravenosa, além de alimentação por sonda.

    Dentre as possíveis causas da doença, a principal é o hormônio beta HCG, produzido pela placenta, cuja concentração aumenta nas primeiras semanas e tende a diminuir depois. Há outros fatores que também podem contribuir. "Há estudos que mostram que, em muitos casos, mulheres com hiperêmese tinham a bactéria Helicobacter pylori, causadora da gastrite."

    Não é a primeira vez que a mulher do príncipe William é diagnosticada com a doença. Ela sofreu do mesmo problema nas duas gestações anteriores. "Isso chama a atenção, já que a condição é mais comum na primeira gravidez, ainda que possa acontecer depois", diz Mariani Neto.

    Segundo o especialista, há relatos na literatura médica de mortes provocadas por hiperêmese. "Você pode ter quadros como o da duquesa, que fica alguns dias no hospital e volta bem, até aqueles, mais raros, que evoluem até a morte da paciente."

    A condição é considerada rara. No Brasil, de acordo com estudos médicos, a hiperêmese gravídica atinge de 0,3% a 3% das gestantes.

    Segundo Mariani Neto, o grupo de maior risco são as mulheres que estão engravidando pela primeira vez. Além disso, ela atinge mais as gestantes jovens, de pele clara, que apresentam distúrbios emocionais e aquelas cujo feto é do sexo feminino.

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