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    Diretor-geral da OMC rebate críticas após congresso sem acordos

    NATÁLIA PORTINARI
    DE SÃO PAULO

    15/12/2017 13h04 - Atualizado às 15h15

    O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Roberto Azevêdo, rebateu, nesta sexta-feira (15), as críticas dos Estados Unidos ao entrave das negociações na entidade.

    "As negociações estão engrenando. A OMC passou 18 anos sem acordo antes de Bali [edição na Indonésia em 2013]", disse Azevêdo após se encontrar com Paulo Skaf, presidente da Fiesp, em São Paulo, para debater o posicionamento da indústria brasileira.

    A 11ª edição da OMC, em Buenos Aires, terminou nesta quarta-feira (13) sem consenso sobre nenhuma das propostas debatidas entre os 164 países membros.

    Com relação a temas como comércio eletrônico, participação de pequenas e médias empresas e participação das mulheres no comércio, foram formados grupos de alguns países, dos quais o Brasil participará, que trabalharão antes da próxima reunião da OMC para se chegar a acordos multilaterais.

    O representante norte-americano, Robert Lighthizer, disse, em Buenos Aires, que a OMC estava se tornando muito centrada na resolução de litígios e perdendo o foco na negociação.

    Azevêdo discorda. "Passamos 18 anos andando para os lados e agora, finalmente, estamos olhando para frente. [A OMC] sempre foi focada em litígio."

    O diretor da OMC defende que a dinâmica de grupos menores, em oposição à votação no plenário, não é um fracasso, e sim um avanço.

    "É um formato diferente, que pode evoluir de maneira mais rápida. Alguns membros não se sentem estimulados com o modelo de consenso, e procuraram conversar com quem quer conversar", afirmou Azevêdo.

    Neste ano, o Brasil entrou com recurso após ser condenado na OMC por sua política de subsídios à indústria em setores como automóveis e eletrônicos.

    "É esperado que quem perca entre com recurso", comentou Azevêdo.

    Além dos Estados Unidos, a Índia também causou problemas na reunião da OMC, demandando segurança jurídica para subsidiar a formação de estoques agrícolas, que considera essenciais para a segurança alimentar.

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