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    Festival mostra no Rio diversidade de bares e restaurantes da Maré

    DA AGÊNCIA BRASIL

    26/09/2015 10h16

    Reprodução
     Festival Comida de Favela começou no último dia 17 de setembro e segue até 17 de outubro
    Festival Comida de Favela começou no último dia 17 de setembro e segue até 17 de outubro

    Paella, croquete de cordeiro com molho de maçã, salmão ao molho de camarão e lula com alcaparra, cachupa angolana, feijão mexicano e sushi hot gourmet são alguns dos pratos servidos no primeiro Festival Comida de Favela, que vai até o dia 17 de outubro no Complexo de Favelas da Maré, zona norte do Rio de Janeiro.

    Pratos e quitutes mais tradicionais, como churrasco misto, empadinha de frango, batata recheada, carne assada com batatas coradas e galinha ao molho pardo também são servidos no evento, que serve para mostrar a diversidade gastronômica da comunidade.

    A coordenadora do projeto, Mariana Aleixo, explica que a ideia do festival surgiu dentro da organização Redes de Desenvolvimento da Maré, que atua na comunidade há 15 anos, unindo os projetos Maré de Sabores e Centro de Empreendedores da Maré.

    "A ideia fundamental é mostrar que existem potências empreendedoras. O Centro de Empreendedores da Maré mostrou, numa pesquisa, que 22,4% dos empreendimentos da Maré são bares e restaurantes. Então, o festival quer exibir a hospitalidade que tem para atender a demanda local, mas não só na gastronomia, e fala um pouco da questão do território da Maré".

    A organização recebeu mais de cem inscrições e selecionou 16 estabelecimentos, que apresentam no festival o prato mais vendido da casa. "A gente queria retratar a identidade alimentar da Maré. Então, bar e restaurante que existe há mais de cinco anos, significa que é um bom restaurante, com qualidade reconhecida pelos moradores", explica Mariana.

    O restaurante Sônia's Gourmet foi indicado pelos clientes para participar do festival. A dona, Maria Sônia Oliveira dos Santos, cozinhava em casa de família, depois trabalhou em um restaurante como auxiliar de cozinha e passou a chef três meses depois. Para cuidar das filhas pequenas, largou o emprego e começou a fazer quentinhas em casa, passando depois para uma loja, "porque não dava vazão", abrindo o próprio restaurante dois anos mais tarde e onde já está há cinco anos.

    Para Sônia, a cozinha é uma paixão e o festival reconhece as coisas boas que existem na comunidade: "Tudo o que você faz na sua vida, tem que gostar. [cozinhar] É muito bom para o meu psicológico, uma coisa que eu amo mesmo. Quando estou estressada, eu me desestresso pegando minhas panelas e vou inventando. O meu salmão, que está participando, fui eu que inventei. Vamos ver aonde que a gente pode ir. Eu estou preparada, o mundo me ensina".

    Depois de 21 anos trabalhando como garçom e cozinheiro, Antônio Bastos Alves abriu, em sociedade, o restaurante Open Bar na Maré, onde mora. Para lá, levou uma receita que conhecia da Rocinha, na zona sul do Rio, o Acará com baião de dois. Com a boa aceitação do prato pelos clientes, foi convidado a participar do Comida de Favela: "É um prato muito saído, tem uma variedade muito boa, mas esse prato é mais diferencial, porque não é todo lugar que tem".

    O festival começou no dia 17 de setembro e no primeiro fim de semana atraiu bastante público. Os 16 estabelecimentos concorrem a premiações nas categorias comida de bar e comida de rua. O vencedor será o mais votado pelo público e pelo júri especializado. Os três mais bem votados receberão prêmios de R$ 500 a R$ 3 mil.

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