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    Pré-eclâmpsia pode ser doença auto-imune, indica estudo

    AMARÍLIS LAGE
    da Folha de S.Paulo

    22/08/2008 12h13

    Súbito e intratável: dois termos que acompanham o surgimento da pré-eclâmpsia. O problema, caracterizado por hipertensão e excesso de proteína na urina, pode acometer mulheres durante a gravidez.

    Quando ocorre, é preciso agilizar o parto --um risco para a mãe e o bebê. Mas uma nova abordagem científica quer substituir esse quadro por outro: previsível e tratável.

    A novidade está em um estudo da Universidade do Texas (EUA). Divulgado na "Nature Medicine", ele traz evidências de que a pré-eclâmpsia pode ser uma doença auto-imune.

    Essas doenças ocorrem quando o sistema imunológico (que combate elementos invasores, como vírus) gera auto-anticorpos, que agem contra o próprio organismo. Segundo os pesquisadores, na pré-eclâmpsia, é a ação dos auto-anticorpos que gera a hipertensão.

    No estudo, foram coletados anticorpos de grávidas com a doença. O material foi inoculado em ratas, que tiveram sintomas parecidos. Se o dado for comprovado em humanos, a meta é criar métodos de diagnóstico e tratamentos com base na ação dos auto-anticorpos.

    A tese é animadora, segundo a imunologista Silvia Daher, professora do departamento de obstetrícia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Mas, para ela, é difícil que a explicação se aplique a todos os casos. "Tem se pesquisado muito a participação do sistema imunológico na pré-eclâmpsia, e esse estudo merece atenção. Mas não se sabe se esses auto-anticorpos estão presentes sempre ou só em alguns casos."

    A doença, afirma, está relacionada a questões genéticas, infecciosas e inflamatórias. A obesidade é um fator de risco.

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