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    Bandeides decorados viram acessórios e se transformam em hit

    LEANDRO NOMURA
    da Revista da Folha

    08/09/2008 12h35

    A fonoaudióloga Priscila Jácomo, 30, elegeu um inusitado acessório de moda nesta temporada. Ela aderiu ao bandeide --isso mesmo, aos curativos-- para incrementar o visual. Não se trata daquele produto bege e sem graça comprado na farmácia. "Não importa se é da Hello Kitty, do Tom & Jerry ou do Herchcovitch. Só não pode ser bege. Odeio essa cor!", diz ela, que não está pensando em proteger qualquer machucado.

    A intenção de Priscila ao usar bandeides coloridos e enfeitados é puramente estética. Uma de suas aplicações prediletas é ao redor dos dedos, como se fosse um anel. Sempre combinando com o que está vestindo. Quando compra um curativo novo, ela quer exibir o produto de imediato. "É como uma roupa nova! Dá vontade de usar logo."

    Maria do Carmo/Folha Imagem
    Priscila Jácomo não precisa estar machucada para usar um dos seus curativos decorados, diferentes dos tradicionais beges
    Priscila Jácomo não precisa estar machucada para usar um dos seus curativos decorados, diferentes dos tradicionais beges

    Outro apaixonado por bandeides é o estilista Alexandre Herchcovitch, que tem até um curativo tatuado no braço.

    Na última São Paulo Fashion Week, ele lançou uma coleção de adesivos que promete desbancar de vez os velhos "beginhos".

    São dez modelos, divididos em duas caixinhas e em duas opções de tamanho, com estampas inspiradas em peças que foram sucesso em suas coleções passadas. "De um tempo para cá, os bandeides passaram de simples adesivos cor-da-pele para detalhes importantes na composição do look", diz o estilista.

    Para estimular o uso de curativos como acessório, a Johnson & Johnson --parceira de Herchcovitch na empreitada e pioneira na criação de bandeides assinados por estilistas-- desenvolveu até um hotsite (www.jnjbrasil.com.br/band-aid/ah), que apresenta as referências de cada uma das criações e indica lugares diferenciados para aplicar o produto, como tênis, bonés e camisetas.

    A assinatura pesa no preço do produto. Uma caixinha com 20 tiras do Herchcovitch custa, em média, R$ 6,50, enquanto outra com dez unidades transparentes é vendida por aproximadamente R$ 2. Vale lembrar que o acessório é descartável.

    Para a estilista Glaucia Stanganelli, 28, a moda de aplicar bandeides para valorizar composições surfa na tendência mundial de usar produtos que destacam a personalidade do consumidor. "Cada vez mais as pessoas procuram usar as coisas de maneira especial", afirma ela, que coleciona curativos comprados em viagens ao redor do mundo. Glaucia tem em casa uma caixa de sapatos repleta de modelos diferenciados. "São cerca de 50 tipos. Com o que gastei com essa coleção, dava para comprar uma das minhas roupas!" Suas criações custam, em média, R$ 500.

    Glaucia começou a cultivar a mania quando tinha 15 anos e foi fazer intercâmbio em Chicago, nos EUA. "Na época, o Brasil não tinha muitas opções de curativo decorado, diferentemente de lá." Não é à toa que a maioria dos bandeides de sua coleção é de origem norte-americana.
    O mais inusitado bandeide que Glaucia já usou era um cravejado de strass. Ela comprou uma caixinha com dez adesivos brilhantes, há três anos, por R$ 30. Não sobrou nenhum. "É o tipo de acessório que pode ser usado até em uma festa mais formal", acredita ela, que, como profissional da moda, indica situações mais despojadas para o curativo fashion. "É para aqueles que gostam de dar um toque de humor no visual."

    A idéia de enfeitar curativos não é recente. Na década de 50, cerca de 30 anos depois de sua invenção, os bandeides começaram a ganhar suas primeiras estampas. A novidade é a diversidade de produtos à disposição do consumidor, que não precisa ter cortado o dedo para usar.

    No Brasil, os decorados desembarcaram em 1990, pelas mãos da Johnson & Johnson, com motivos da Disney. De lá para cá, os adesivos ganharam imagens de Bob Esponja, Batman, Homem-Aranha e mamíferos. A vedete Hello Kitty ganha novas tiras em novembro.

    Atualmente, os enfeitados correspondem a cerca de 10% do total vendido pela Band-Aid. Na Topz, fabricante da marca Salvelox, o carro-chefe é puxado por uma dupla bem conhecida do público. Tom & Jerry são responsáveis por um aumento de 45% nas vendas da marca de bandeides.

    Já os adolescentes foram a aposta da 3M, que comercializa a marca Nexcare. Os primeiros escolhidos foram os astros do seriado "High School Musical". Ainda neste mês, chegam às prateleiras os personagens Wall-E e Hannah Montana, ambos licenciamentos Disney. Novas razões para a galera desfilar na balada seus curativos cheios de estilo.

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