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    Reaprender a respirar corretamente reduz pressão e ansiedade

    IARA BIDERMAN
    colaboração para a Folha de S.Paulo

    21/05/2009 09h01

    Pare e respire fundo. Suspire de alívio. Nessa breve pausa, deixando o ar entrar e sair completamente de seu corpo, você compensou, mesmo que apenas por alguns segundos, um hábito que a maioria das pessoas tem sem se dar conta: respirar mal.

    "A respiração é feita em dois compartimentos do corpo: a caixa torácica e a cavidade abdominal. Ao utilizar apenas a parte peitoral, há menos ventilação do pulmão, com gasto energético maior", diz Lara Maris Nápolis, coordenadora do departamento de fisioterapia respiratória da SPPT (Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia).

    Segundo Nápolis, pessoas com problemas respiratórios usam essa respiração mais superficial como um mecanismo de compensação à rigidez das musculaturas peitoral e costal e ao diafragma encurtado, que diminuem a mobilidade das costelas e a capacidade de ventilação do pulmão. Mas mesmo as pessoas saudáveis, nos dias de hoje, adotam um padrão respiratório deficiente.

    Entre as causas disso, Nápolis aponta o fato de as pessoas ficarem por muito tempo sentadas em posições que comprimem o abdômen e o uso de roupas apertadas, que limitam o movimentação do diafragma.

    Para José Roberto Leite, coordenador da unidade de medicina comportamental da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a respiração correta é como aquela feita por um bebê dormindo, quando percebemos claramente a barriga e o peito subindo e descendo de forma ritmada. Portanto, nascemos sabendo respirar.

    "Durante o crescimento, começamos a perceber situações externas como ameaças, às quais o corpo se prepara para "lutar ou fugir", as respostas ao estresse. Uma delas é acelerar a respiração. Como estamos sendo submetidos constantemente às situações estressantes, o padrão respiratório errado acaba se tornando o habitual. Por isso é preciso reaprender a respirar", diz Leite.

    A respiração correta permite uma maior troca gasosa (entrada de oxigênio e saída de gás carbônico) entre os alvéolos pulmonares e as veias e artérias. Com mais oxigênio, as células trabalham melhor, garantindo a boa atividade de todas as funções orgânicas.

    Além dessa qualidade básica, a boa respiração traz outras vantagens, como desacelerar os batimentos cardíacos, baixar a pressão arterial e diminuir a ansiedade e as respostas orgânicas ao estresse.

    Editoria de Arte/Folha Imagem
    Editoria de Arte/Folha Imagem

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