A síndrome da fadiga crônica, muitas vezes associada a adultos, também pode atingir adolescentes, de acordo com um trabalho publicado no periódico "Pediatrics".
Apesar de ser mais comum em adultos, muitos adolescentes que tem a síndrome não são diagnosticados, de acordo com o S. L. Nijhof, coautor do relatório e médico do Wilhelmina Children's Hospital, na University Medical Center, em Utrecht, Holanda.
Segundo Nijhof, é importante diferenciar o cansaço típico do crescimento da síndrome. "A fadiga é uma queixa comum entre os adolescentes, a síndrome é muito menos comum, mas tem sérias consequências."
O médico e outros pesquisadores coletaram dados de 354 clínicos-gerais da Holanda. Eles também reuniram informações de um registro de novos diagnósticos de adolescentes com fadiga crônica nos hospitais pediátricos, incluindo o número de novos casos por ano.
Segundo o estudo, um em 900 adolescentes desenvolvem fadiga crônica -111 por 100 mil. A incidência anual é de 12 por 100 mil.
No entanto, quase 75% dos adolescentes não são diagnosticados.
Dos clínicos-gerais participantes, apenas metade considerou a síndrome da fadiga crônica como um diagnóstico possível. Por outro lado, 96% dos médicos dos serviços pediátricos consultados disseram ter pensado na doença como uma possibilidade.
"Queremos criar a consciência entre os médicos e apoiar a idéia de que adolescentes com fadiga severa devem ser encaminhados a um pediatra", disse Nijhof.
Nancy Klimas, diretora do Chronic Fatigue Center da University of Miami Miller School of Medicine, que trata de adolescentes com a doença, disse que os resultados do estudo fazem sentido.
Segundo ela, os pais devem estar conscientes que a condição pode atingir adolescentes. Dores nos músculos e nas articulações, dor de garganta e gânglios linfáticos inchados podem ser sintomas da doença.
O adolescente também pode ter problemas de memória ou de concentração e dores de cabeça. Ainda há aqueles que acordam cansados mesmo depois de uma noite de sono.