Um terço das mulheres que fazem a mastectomia bilateral de forma preventiva ou como tratamento do câncer de mama tem alguma complicação pós-cirúrgica.
A conclusão é de um estudo que analisou 158 casos de brasileiras que passaram pelo procedimento entre 2000 e 2012 em São Paulo.
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Dessas, 67% retiraram as mamas como parte do tratamento oncológico e 32% de forma preventiva.
O estudo foi publicado em julho último na revista científica "Breast Cancer Reasearch and Treatment".
A maioria das complicações esteve relacionada a problemas de cicatrização.
De 5% a 8% das mulheres analisadas tiveram complicações mais sérias, como infecções que levaram à perda do implante e a necessidade de uma nova cirurgia.
Segundo o cirurgião plástico Alexandre Munhoz, da Divisão de Cirurgia Plástica do Hospital Sírio-Libanês e um dos autores do estudo, as mulheres obesas e com mamas muito volumosas tiveram quatro vezes mais riscos de complicações.
"Essas mulheres são péssimas candidatas à cirurgia. Esses riscos precisam ser muito bem expostos à paciente. Estamos falando de muitas mulheres que não tinham doença nenhuma", afirma.
O assunto será discutido neste sábado (28) em um encontro no Rio de Janeiro sobre os aspectos técnicos da mastectomia preventiva.
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ALTERNATIVAS
Na opinião de Munhoz, para as mulheres de maior risco, poderiam ser consideradas outras alternativas de prevenção do câncer de mama, como um acompanhamento mais rigoroso por meio de exames de imagens e uso de medicamentos.
Ou, se a opção for mesmo pela cirurgia preventiva, a recomendação é que o procedimento seja feito em etapas.
Primeiro, é feita a redução da mama e, de três a seis meses depois, a retirada das glândulas mamária e a colocação das próteses.
"Não é uma cirurgia plástica por si só. Envolve riscos e precisa ser feita por um profissional habilitado", afirma Munhoz.